Toffoli: Inquérito das fake news foi decisão mais difícil à frente do STF
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, afirmou hoje que a abertura do chamado inquérito das fake news foi a decisão mais difícil que tomou durante sua gestão à frente do tribunal.
"Aqueles que leram 'Como as democracias morrem' [de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt,] aqueles que têm consciência dos Poderes da República sabem e têm noção de que não foi uma decisão fácil", disse Toffoli.
"Foi a decisão mais difícil da minha gestão a abertura desse inquérito. Mas ali já vínhamos vivendo algo que vinha ocorrendo em outros países, o início de uma política de ódio plantada por setores que queriam, e querem, destruir instituições, que querem o caos", afirmou o ministro.
"No mais, a história vai avaliar o papel desse inquérito na democracia do Brasil", concluiu Toffoli.
Como presidente do STF, Toffoli determinou a abertura do inquérito em março do ano passado, para investigar a disseminação de notícias falsas e ameaças a integrantes da corte.
A medida foi contestada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), sob o argumento de que, como juiz, o STF não poderia atuar também como órgão investigador.
Em junho deste ano, o plenário do STF, formado pelos 11 integrantes do tribunal, decidiu pela legalidade da abertura da investigação.
Recentemente, o inquérito passou a mirar políticos, empresários e blogueiros apoiadores do presidente Bolsonaro, que são investigados por suspeita de integrarem uma rede para disseminação de notícias falsas e ameaças contra os ministros do STF.
O ministro Dias Toffoli concedeu uma entrevista coletiva a jornalistas na manhã de hoje, para fazer um balanço de sua gestão na presidência da corte.
Toffoli assumiu o cargo em setembro de 2018. Na próxima semana, o comando do tribunal passa às mãos do ministro Luiz Fux, que permanecerá na presidência do STF até setembro de 2022.
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