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Maia rebate declarações de Bolsonaro: "160 mil mortos e economia frágil"

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Do UOL, em São Paulo

10/11/2020 20h04Atualizada em 11/11/2020 09h19

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou o Twitter hoje à noite para rebater um discurso que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizou mais cedo no Palácio do Planalto, em Brasília. Bolsonaro afirmou que o Brasil teria "que deixar de ser um país de maricas" e enfrentar a covid-19 — "maricas" é um termo homofóbico.

Além disso, Maia fez referência a outra fala de Bolsonaro, que afirmou que o Brasil precisa usar a "pólvora" para proteger a Amazônia, e não apenas diplomacia.

"Entre pólvora, maricas e o risco à hiperinflação, temos mais de 160 mil mortos no país, uma economia frágil e um estado às escuras. Em nome da Câmara dos Deputados, reafirmo o nosso compromisso com a vacina, a independência dos órgãos reguladores e com a responsabilidade fiscal", escreveu Maia.

Foi uma resposta à seguinte declaração de Bolsonaro: "Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas", disse o presidente no Planalto.

No Brasil, 5,675 milhões de pessoas foram contaminadas pelo novo coronavírus, e 162,6 mil pessoas morreram em decorrência da doença.

'Tem que ter pólvora'

Em outro trecho do mesmo discurso, Bolsonaro se referiu ao presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden ao rebater um posicionamento do democrata em relação à Amazônia. "Apenas diplomacia não dá. Quando acabar a saliva, tem que ter pólvora. Senão não funciona".

O conflito entre Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia ocorre já há alguns meses, mas se intensificou principalmente nos meses em que o presidente passou a frequentar manifestações em que pediam o fechamento do Congresso Nacional, o que atenta contra a Constituição, e demonstrava instabilidade em decisões governamentais que afetariam votações no Parlamento.

Em maio, em uma demonstração de "cessar-fogo", Bolsonaro chegou a dizer que Maia e ele haviam voltado a "namorar", após uma série de divergências públicas quanto à economia e à condução de políticas de saúde pública, durante a pandemia do novo coronavírus.