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Vereador do Rio diz ter sido alvo de ataque, mas blindagem evitou feridos

Imagem postada por Gabriel Monteiro, em que um carro da Polícia Militar cerca o parlamentar - Reprodução / Redes Sociais
Imagem postada por Gabriel Monteiro, em que um carro da Polícia Militar cerca o parlamentar Imagem: Reprodução / Redes Sociais

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

05/01/2021 22h55Atualizada em 06/01/2021 19h31

O vereador e youtuber Gabriel Monteiro (PSD) relatou em suas redes sociais ter sofrido um ataque durante a tarde, quando realizava uma atividade parlamentar na região da Gamboa, no Centro do Rio de Janeiro. Segundo o político, homens armados atentaram contra o veículo em que ele estava, porém não soube dizer se o que atingiu o carro foram tiros.

Monteiro prestou depoimento ao longo na noite a agentes da 5ª DP (Mem de Sá). Em contato com a reportagem do UOL, ele disse estar bem, assim como seus assessores. O vereador falou que, graças à blindagem do carro, ninguém foi atingido, e uma perícia será realizada no veículo.

"A gente parou naquela região e elementos começaram a incitar, promover desordem, xingar e falar que iriam me matar. Tinham elementos armados, ali também é conhecido por ser uma boca de fumo, e eles estavam com madeiras, pedra e arma de fogo. Quando a gente tentou sair do local com rapidez, foi atingido", relatou o vereador.

"Graças a Deus a minha blindagem é muito forte e não passou nada para dentro do carro. Houve um barulho semelhante ao que conhecemos de tiros, mas é preciso esperar o resultado da perícia. Lamentável essa situação", acrescentou.

Na imagem postada pelo político nas redes sociais, é possível ver um carro da Polícia Militar cercando o parlamentar.

O UOL entrou em contato com a Polícia Civil, que confirmou o registro do Boletim de Ocorrência na unidade.

Vereador é bolsonarista e chegou a ser expulso da PM

O parlamentar foi o terceiro vereador mais votado na cidade do Rio de Janeiro com 60.326 votos. Gabriel Monteiro, 26, foi membro da Polícia Militar por quatro anos. Com mais de 5 milhões de seguidores pelas redes sociais, quase a metade somente no Youtube, o político já chegou a ser expulso da PM, em agosto do ano passado, e fez diversas acusações de corrupção dentro da corporação. Dias depois da expulsão, ele foi reintegrado no 34º BPM (Bangu).

De acordo com a Polícia Militar, Monteiro foi expulso por deserção após ter faltado a diversos dias de serviço e não ter sido localizado em seu endereço pelos agentes. O desaparecimento do então soldado ficou configurando como crime de deserção. Na época, Monteiro alegou que estava de licença médica, porém, segundo a corporação, nenhum documento foi apresentado.

Além disso, o ex-soldado respondeu por um processo administrativo disciplinar e teve o porte de arma suspenso. Segundo a Polícia Militar, o atual vereador cometeu uma "transgressão disciplinar de natureza grave" ao tratar "de forma desrespeitosa" o ex-comandante geral da PM coronel Ibis Silva Pereira.

Pouco tempo depois o parlamentar passou por uma avaliação de médicos da própria corporação e foi considerado apto a ser reintegrado. Após voltar à Polícia Militar, o vereador pediu licença para poder entrar na política. Gabriel Monteiro, que é defensor do governo de Jair Bolsonaro, costumava publicar muitas fotos nas redes sociais com armamento pesado, o que lhe dava muita fama entre os seguidores.

A sua campanha para vereador foi marcada por uma denúncia de uso de policiais militares trabalhando como seguranças do youtuber. Ele foi flagrado em Campo Grande, na zona oeste do Rio, cercado por seguranças armados que usavam distintivos. A PM chegou a abrir um inquérito para apurar o caso.

Segundo o político, os agentes, que estavam sem farda, não trabalhavam, naquele momento, para a Polícia Militar. Na época, Monteiro disse que possuía um documento da PM que comprovava o direito de ter escolta policial. Apesar disso, a corporação informou que esse documento garantia a ele apenas uma escolta restrita ao domicílio eleitoral dele, em Copacabana, na zona sul, por uma viatura oficial e por agentes fardados.