Em campanha em Manaus, Lira defende que vacinação comece pelo Amazonas
Em campanha em Manaus, o candidato à Presidência da Câmara Arthur Lira (PP-AL) defendeu hoje que a vacinação contra a covid-19 comece pelo Amazonas.
O estado passa por uma segunda onda de contágios após um início de pandemia em que os sistemas de saúde e funerário colapsaram, em abril do ano passado.
"Temos que começar a vacinar. E, se uma prioridade for feita de maneira muito emblemática, é que se comece por aqui. Não é aqui que está o maior problema? Não é aqui que está o maior epicentro? Não é aqui onde houve a pior primeira onda? Não é aqui onde se avizinha que pode ter também uma segunda onda muito complicada? Então que se comece por aqui. É um critério. É uma luta que podemos fazer e nós faremos", afirmou Lira.
"É lamentável, mas é o que estamos convivendo. Então, é apertar para que a Saúde [o ministério] inicie a vacinação e para que se inicie pelo Amazonas", acrescentou.
As declarações de Lira foram dadas em coletiva em Manaus ao lado de políticos do Amazonas, como o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM). Ele esteve ontem à tarde e hoje pela manhã na capital amazonense atrás de votos dos colegas para a eleição interna da Câmara, prevista para a primeira semana de fevereiro.
Hoje, ele e a comitiva visitam políticos em Rio Branco, no Acre, e em Porto Velho, em Rondônia. As próximas agendas estão previstas nos estados do Centro-Oeste brasileiro.
O governo do Amazonas decretou estado de calamidade pública pelos próximos seis meses. Já a Prefeitura de Manaus publicou um decreto de "situação anormal caracterizada como emergencial", também por um semestre. Ambos os decretos dão condições de contratar funcionários e serviços e realizar compras em condições especiais em função do novo coronavírus.
Nesta quarta-feira, quem procurou atendimento em UPAs nos bairros periféricos de Manaus e em prontos-socorros de unidades particulares encontrou as portas fechadas, sob a alegação de falta de vagas.
Lira disse que conversou com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, por telefone nos últimos dias. O ministério disse estar em contato permanente com os governos locais para aumentar a quantidade de leitos, relatou.
O deputado é líder do centrão bolsonarista e candidato apoiado pelo Palácio do Planalto. No entanto, ele mesmo cobrou uma data de início da vacinação pelo governo federal.
"Ficou claro que [o início] será em janeiro e vamos apertar a partir de hoje para que essa data seja exposta nacionalmente", falou.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, já falou que o ministério planeja, "na melhor das hipóteses", começar a vacinação em 20 de janeiro. Segundo ele, o prazo mais longo seria a partir de 10 de fevereiro.
Lira defendeu a importância da vacinação também porque a população "não aguenta mais ficar em casa" e por necessidade de não afetar ainda mais a economia. Ainda assim, mostrou-se otimista quanto à recuperação da iniciativa privada em 2021.
Há dois dias, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o "Brasil está quebrado" e "eu não consigo fazer nada". Ontem, após repercussões negativas, o mandatário disse que o país "está uma maravilha".
Lira defendeu hoje que o Congresso Nacional analise as reformas em tramitação na seguinte ordem: emergencial, administrativa e tributária. O candidato voltou a dizer que, se eleito, ouvirá todas as bancadas estaduais, inclusive as de menor número, e respeitará a proporcionalidade partidária na distribuição de funções, como relatorias de projetos.
Em aceno a deputados desgarrados da oposição, ele afirmou não ter preconceito com temas tidos de esquerda ou direita, contanto que estejam amadurecidos na sociedade e entre a maioria do Parlamento para ser votado.
Lira disse ainda que ninguém pode se utilizar do cargo que ocupa para travar pautas com os quais não concorde pessoalmente. Segundo ele, Marcelo Ramos é seu candidato a vice-presidente, se tiverem o direito da primeira escolha aos cargos da Mesa Diretora.
O candidato reúne hoje 196 parlamentares nas siglas que o apoiam - PL, PP, PSD, Republicanos, Solidariedade, Pros, Patriota, PSC e Avante.
Seu principal concorrente, Baleia Rossi (MDB-SP), com o apoio do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e de bloco composto por 11 partidos, tanto de centro quanto de esquerda - MDB, PSDB, DEM, PSL, Cidadania, PT, PSB, Rede, PCdoB, PDT e PV. As siglas ao lado dele somam 261 parlamentares.
Como o voto é secreto, isso possibilita mudanças de opinião na hora da votação de ambos os lados. Baleia Rossi começa amanhã seu tour nacional em busca de assegurar votos e evitar traições pelo Piauí.
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