Maia vê 'excessos' do MP na Lava Jato e critica fiscalização 'frágil'
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou o que chamou de "excessos" por parte de alguns procuradores Ministério Público no âmbito da Operação Lava Jato — que, segundo ele, cumpriu um papel positivo no Brasil. O deputado também avaliou como "frágil" o sistema de fiscalização do MP contra seus servidores.
"Acho que a Lava Jato cumpriu um papel histórico positivo, mas, em determinado momento, a ânsia por poder de procuradores e de alguns juízes... Acho que [procuradores e juízes] acabaram gerando um excesso para [sua] perpetuação no poder no cenário nacional brasileiro", disse Maia em entrevista ao jornal Metrópoles.
O deputado reconheceu que a corrupção no Brasil estava "muito fora de controle" antes da Lava Jato, mas lamentou que procuradores e juízes tenham, na sua avaliação, cometido excessos. Além disso, segundo Maia, a PGR (Procuradoria-Geral da República) e o CNMP (Conselho Nacional do MP) são o sistema de "autocontrole" mais frágil entre as instituições do Judiciário.
"Quando você olha quem vai investigar um procurador, você vê que é sempre uma coisa muito frágil, sem controle", afirmou o presidente da Câmara. "Eles [procuradores] conseguem um nível de apoio entre si que ninguém é investigado. Quando um tem problemas, você repara: transfere, aposenta, mais até que do que os juízes."
É difícil [vencer] porque... Quem pode mudar a legislação do MP? É de iniciativa exclusiva do procurador [geral] e do presidente da República. O presidente é o único que pode mandar uma lei, além do próprio procurador. Então ficamos reféns (...). Acho que é uma questão que a gente precisa ter coragem de enfrentar. Maia, sobre as falhas na fiscalização do MP contra procuradores
Impeachment de Bolsonaro
Maia ainda avaliou ser possível que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sofra um processo de impeachment caso a vacinação contra a covid-19 demore a começar. O presidente da Câmara negou, porém, que vá encaminhar a abertura do processo, uma vez que sua gestão está próxima do fim.
"A questão da vacina está começando a transbordar [na Câmara] uma pressão que a sociedade poucas vezes fez nos últimos anos", disse o deputado. "Talvez ele [Bolsonaro] sofra um processo de impeachment muito duro se não se organizar rapidamente. Porque o processo de impeachment, você sabe, é o resultado da pressão da sociedade."
Estamos em recesso, [encaminhar o processo de impeachment] não vai ajudar agora. Vou apenas criar desorganização em um momento em que se está elegendo um novo presidente [da Câmara]. Acho que esse papel cabe ao novo presidente. Maia, sobre abrir um processo de impeachment contra Bolsonaro
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