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'Não temos nada a temer', diz Bolsonaro sobre investigação contra Pazuello

Bolsonaro e Pazuello em lançamento do Programa Nacional de Imunização contra covid-19 - EDU ANDRADE/FATOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Bolsonaro e Pazuello em lançamento do Programa Nacional de Imunização contra covid-19 Imagem: EDU ANDRADE/FATOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

30/01/2021 10h36Atualizada em 30/01/2021 11h30

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que o governo "não tem nada a temer" em relação ao inquérito aberto para investigar se houve omissão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na crise sanitária do Amazonas. A declaração foi dada em uma loja de motos, na manhã de hoje.

Numa investigação como essa, não temos nada a temer.

O presidente elogiou o trabalho do ministro e disse que a investigação é fruto de uma ação de "pequenos partidos de esquerda" que procuram o STF (Supremo Tribunal Federal) para tudo.

"Pequenos partidos de esquerda procuram o Supremo para tudo. Pode investigar o Pazuello, não tem problema. Não há omissão, ele trabalha de domingo a domingo, vira noite. Eu duvido que com outra pessoa teria resposta que ele está dando", falou.

A investigação começou após pedido do partido Cidadania ao procurador-geral da República, Augusto Aras. Pressionado por subprocuradores-gerais que integram o Conselho Superior do Ministério Público, Aras encaminhou a solicitação ao STF. Coube ao ministro Ricardo Lewandowski ordenar a abertura do inquérito.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi ao Amazonas em duas ocasiões, no mês de janeiro. Logo após a primeira viagem de Pazuello, o sistema de saúde do estado entrou em colapso e faltou oxigênio no hospital. A equipe tinha sido avisada alguns dias antes sobre essa possibilidade.

Os números de casos, mortes e internações por causa da covid-19 continuam em alta na região.

Bolsonaro nega recriação de ministérios

Questionado se iria recriar os ministérios da Cultura, dos Esportes e da Pesca, o presidente disse que não há previsão de novas pastas em seu governo. "Não está previsto. Não é fácil criar ministérios, é burocracia, é um pouco mais de despesas", afirmou.

No entanto, ontem, em evento com esportistas transmitido pelas redes sociais, Bolsonaro admitiu a possibilidade de criar três ministérios se "houver clima" no Congresso após as eleições para a presidência da Câmara e do Senado, que acontecem na segunda-feira (1º). O Planalto apoia as candidaturas de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara e de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado.

"Se tiver um clima no Parlamento, pelo que tudo indica as duas pessoas, né, que nós temos simpatia, devem se eleger, não vamos ter mais uma pauta travada, a gente pode levar muita coisa avante, quem sabe até ressurgir os ministérios, esses ministérios", disse, citando as pastas da Cultura, do Esporte e da Pesca.

Hoje, Bolsonaro negou que esteja pensando em recriar esses ministério e disse que a menção a eles foi em tom de elogio pelo "brilhante trabalho" que os atuais secretários —Jorge Seif (Pesca), Mário Frias (Cultura) e Marcelo Magalhães (Esporte)— têm desempenhado.

Não tem recriação de ministérios. Elogiei os três secretários que fazem um brilhante trabalho. O elogio que dei para eles está no trabalho que eles fazem, eles mereciam ser ministros. Não é criar ministérios, como deram a entender, para negociar com quem quer que seja.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.