Qualquer partido gostaria de ter Maia em seu quadro, diz Tasso Jereissati
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) comentou hoje a possibilidade de o ex-presidente da Câmara, atualmente no DEM, se filiar ao PSDB. "Qualquer partido gostaria de ter Maia em seu quadro", disse.
"É sempre importante poder tê-lo em qualquer partido", afirmou Tasso Jereissati, "principalmente quando se tem uma identidade ideológica, principalmente na área que existe entre nós e pelo menos o que o Rodrigo Maia pregou durante a sua, e até praticou durante sua presidência".
Em entrevista coletiva hoje no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, o governador João Doria (PSDB-SP) disse que convidou o deputado a ingressar na legenda tucana após visita a sua casa e aguarda uma resposta "nos próximos dias".
"O que ficou claro para mim é que ele deixará o DEM. Diante desta manifestação pública dele, eu o convidei para integrar o PSDB. Nos próximos dias, teremos a posição do deputado", completou o governador paulista, lembrando que Maia já havia anunciado a sua intenção de deixar seu partido atual.
Na coletiva, Doria disse ainda que o convite se estendeu a Rodrigo Garcia (DEM), seu vice.
Seria razão de orgulho ter Rodrigo Maia e Rodrigo Garcia nas fileiras do PSDB. Ambos vão avaliar o convite feito à noite e têm tempo para isso.
João Doria, governador de São Paulo
Maia chegou a ser considerado um possível presidenciável pelo DEM para 2022, mas tem perdido força tanto no partido quanto no Parlamento desde a derrota de Rossi para Arthur Lira (PP-AL) na Câmara.
'O meu PSDB não vai estar do lado de Bolsonaro'
Jereissati negou que seu partido apoiará o presidente Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022. "O meu PSDB não vai estar com Bolsonaro de maneira alguma", afirmou.
O núcleo do PSDB, o PSDB que eu presido, é radicalmente contra o governo Bolsonaro e o responsabiliza por medidas quase que criminosas em relação ao tratamento, a condução da covid, a questão ambiental, questão de costumes, questão de gestão
Tasso Jereissati, senador do PSDB pelo Ceará
Empresário e defensor de políticas liberais para a economia, Jereissati é um dos tucanos mais influentes em Brasília. Foi governador do Ceará por três mandatos e presidente nacional do PSDB em duas oportunidades. Atualmente, o presidente da sigla é o ex-deputado federal Bruno Araújo (PE).
Ainda sobre Bolsonaro, o senador completou citando situações em que o presidente, na sua opinião, "deseducou" o Brasil.
"Nós vemos um presidente deseducando o Brasil, levando o Brasil para a vulgaridade, quando faz um discurso em um restaurante com todas as palavras chulas e baixas possíveis e com seus ministros rindo e batendo palminhas. Isso desmoraliza moralmente a presidência, e o presidente da República tem que ser referência e não líder de um comportamento chulo como esse", opinou.
Eleição no Congresso: 'Partidos são ignorados'
O senador também afirmou que os partidos políticos foram "destruídos" no processo eleitoral para as presidências da Câmara e do Senado.
Os partidos foram, a meu ver, moídos, destruídos, triturados. Nenhuma das pessoas, das lideranças, vamos chamar assim, dos coordenadores das eleições presidenciais na Câmara e no Senado tiveram ou tem qualquer respeito por partido politico, simplesmente ignoram os partidos
Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Ele declarou que vários deputados e senadores entenderam que essa é uma nova maneira de "se fazer política em Brasília" e que os coordenadores das campanhas passaram por cima das legendas para atingir ambições individuais de cada parlamentar.
"A percepção dos articuladores das campanhas é que senadores e deputados eram muito mais facilmente cooptados individualmente, discutindo projetos ou ambições pessoais, do que através das lideranças políticas ou visões partidárias. Instituíram isso nessas eleições. Você vê: o PSDB rachou, o MDB rachou, o DEM rachou. E os partidos não existem mais como uma entidade organizada com projetos e programas."
'Doria, Eduardo Leite e Huck são nomes à Presidência em 2022'
Jereissati disse considerar nomes fortes para a disputa à presidência em 2022 os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) e o apresentador Luciano Huck. O nome "mais óbvio" da lista, segundo o senador, é o do governador paulista.
Acho que temos duas candidaturas dentro do partido, duas lideranças. Uma óbvia, que é do governador Doria. Afinal de contas, é governador do estado de São Paulo e São Paulo é sempre um presidenciável. Ele tem feito um belo trabalho na questão do combate da covid. Temos que lembrar que sem ele não teríamos praticamente nenhuma vacina
Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE)
"Mas temos também o governador do Rio Grande do Sul, um dos maiores sucessos políticos e administrativos dessa nova geração de políticos brasileiros. Tendo tido resultados excepcionais onde passou e hoje é admirado por todo mundo, de todos os partidos", acrescentou.
O nome de Huck, defendido por caciques do partido como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também foi apontado como possibilidade pelo senador, que o enxerga como um candidato com valores próximos aos da sigla e também propício a seguir a linha do liberalismo econômico.
"O Huck eu vejo sim possibilidade Ele não é do PSDB, mas é uma pessoa jovem, idealista, tem vontade, tem se esforçado em aprender e tem feito muitas viagens, muitos cursos, palestras, e também é um candidato que poderíamos colocar nessa lista. Como eu disse, acho que o mais importante é que tenhamos as pessoas que tenham esses valores que temos, que respeitam a democracia como sagrada, entendem a ciência como fundamental para nosso desenvolvimento e convivência moderna, veem um problema na falta de atenção para o futuro da humanidade, que têm, onde temos alguma percepção com governo Bolsonaro, uma visão da economia que tenha uma linha mais liberal. Não é super liberal, mas mais liberal."
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