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'Não fiz campanha casada com Bolsonaro', diz Eduardo Leite ao citar Doria

Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite é defendido por deputados tucanos como melhor opção para candidatura de 2022 - Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite é defendido por deputados tucanos como melhor opção para candidatura de 2022 Imagem: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

11/02/2021 09h02Atualizada em 11/02/2021 11h58

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse que, apesar de ter declarado voto em Jair Bolsonaro (sem partido) no segundo turno das eleições de 2018, não fez "campanha casada" com o atual presidente, diferentemente do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). A declaração dada em entrevista ao jornal O Globo faz referência ao slogan 'BolsoDoria', utilizado na reta final do segundo turno da campanha para o governo paulista em 2018.

A diferenciação feita por Eduardo Leite ocorre em um momento de tensão no PSDB, com disputas internas visando ao processo eleitoral de 2022. Atualmente opositor de Bolsonaro, João Doria tem se posicionado dentro do partido para alavancar sua candidatura à presidência, mas alas tucanas defendem Leite como melhor opção.

Acho que é muito importante recuperar o que aconteceu em 2018. Diferentemente do governador Doria, eu não fiz campanha casada com Bolsonaro, não manifestei apoio ao candidato. Em nenhum momento misturei o meu sobrenome ao dele. Pelo contrário, me manifestei como eleitor entre duas alternativas, para que logo depois de tantos escândalos de corrupção não houvesse o retorno ao poder do PT.
Eduardo Leite ao jornal O Globo

O governador gaúcho também apresentou sua visão quanto ao tipo de oposição que o PSDB teria que exercer contra o governo Bolsonaro. Nesta semana, João Doria pediu o afastamento do deputado Aécio Neves (MG) e fez críticas aos correligionários que, em teoria, se alinharam com o governo federal ao apoiarem a candidatura de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara dos Deputados.

"Não é da natureza do PSDB exercer oposição sistemática, aquela clássica que nós entendemos como oposição, que obstrui, atravanca e cria obstáculos a qualquer iniciativa do governo. Claramente devemos fazer oposição ao Bolsonaro naquilo que diz respeito aos arroubos antidemocráticos, ataques que são feitos às instituições. Não podemos tolerar", disse Leite.

"Não devemos ter medo de ter prévia"

Sobre a possibilidade de o PSDB ter vários postulantes na eleição presidencial de 2022, Eduardo Leite disse que uma eleição prévia dentro do partido deve ser levada em consideração. Porém, afirmou que é cedo para se falar em nomes.

"Se for o caso de ter prévia, não devemos ter medo de fazer prévia. Isso também ajuda até nesse processo de discussão interna, de alinhamentos, dentro do programa, do projeto que se deva levar adiante. Acho que as prévias são saudáveis. É prematuro dizer que eu venha me lançar dentro de prévias que nem sequer estão ainda sendo consideradas", disse.

Nesta semana, é esperada uma comitiva de deputados do PSDB em Porto Alegre para um lançamento informal do nome de Eduardo Leite à presidência em 2022. A expectativa é que pelo menos 12 deputados dos 29 que compõem a bancada federal tucana participem da iniciativa.

Leite diz não ter conhecimento sobre o pedido pela pré-candidatura, mas afirmou que receberá os deputados para apresentar seu trabalho no Rio Grande do Sul.

Eu acho que essa vinda deles e o fato de o meu nome estar sendo lembrado para eventualmente liderar um projeto nacional, é, antes de mais nada, um reconhecimento por fazermos política com moderação, com diálogo.
Eduardo Leite