Jornal: Na PM, Daniel Silveira ficou 26 dias preso e teve 14 repreensões
Eleito deputado federal em 2018, Daniel Silveira (PSL-RJ) contabilizou 26 dias de prisão, 54 de detenção, 14 repreensões e duas advertências durante os cinco anos em que trabalhou na Polícia Militar, segundo reportagem do jornal O Globo. A maioria das punições ocorreu por faltas e atrasos.
O parlamentar bolsonarista foi preso anteontem em "flagrante delito" por fazer ameaças a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) — sugerindo a saída deles de seus cargos — e ao Estado Democrático de Direito, segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes. Ontem, o plenário da Corte decidiu, por unanimidade, manter a prisão.
Levantamento feito pelo jornal em boletins da PM mostrou que, num período de oito meses, entre junho de 2015 a janeiro de 2016, quando trabalhava na UPP da Rocinha, Silveira faltou oito vezes. Nos carnavais de 2015 e 2016, convocado para trabalhar, não compareceu.
Em determinada ocasião, no ano de 2015, ele afirmou que faltou ao trabalho para prestar auxílio à mulher, mas não apresentou documento que comprovasse a urgência e a punição foi mantida.
Em fevereiro de 2018, o acúmulo de punições fez com que Silveira fosse submetido a Conselho de Revisão Disciplinar, processo administrativo que poderia causar sua expulsão.
Segundo O Globo, o relatório publicado no boletim da corporação na ocasião apontou que ele "postou vídeos em sua página pessoal da rede social Facebook com comentários ofensivos e depreciativos em desfavor de integrantes da imprensa nacional de uma forma geral, em alguns deles durante a execução do serviço, fardado e no interior da viatura, erodindo preceitos éticos em vigor na Polícia Militar e repercutindo negativamente a imagem da corporação".
Em outubro daquele ano, o boletim interno da Polícia Militar publicou a exclusão dele na corporação — como não havia completado dez anos de serviço, não poderia se licenciar para se candidatar.
Silveira ficou famoso no primeiro turno da campanha, quando ajudou a quebrar uma placa de rua feita em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em 14 de março de 2018 junto a seu motorista, Anderson Gomes.
Sem definição sobre o destino do deputado, a Câmara decidiu cancelar sessão de votações na manhã de hoje e reunirá novamente seus líderes para discutir o assunto mais uma vez.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), busca uma saída para agradar os políticos enrolados com a Justiça, especialmente integrantes do centrão, mas sem criar uma crise com o STF.
Ontem, a PGR (Procuradoria-Geral da República) propôs ao STF uma série de medidas cautelares contra o deputado caso sua prisão seja revogada. Entre as solicitações, estão o uso de tornozeleira eletrônica e distância das instalações do STF.
A assessoria jurídica do parlamentar disse ontem, em nota compartilhada no Twitter, que a prisão tem "evidente teor político" e contestou os argumentos utilizados pelo ministro e a prisão por flagrante delito.
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