MPE pede cassação de prefeito que sugeriu ozônio contra covid por caixa 2
O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu ontem a cassação do prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), e do vice, Marcelo Sodré (PDT), e a realização de novas eleições na cidade.
Segundo investigações, a campanha teria arrecadado R$ 4,5 milhões em recursos ilícitos, que não foram declarados à Justiça Eleitoral na prestação de contas. Morastoni e Sodré negam as acusações e criticam o órgão por não terem sido informados previamente, alegando que souberam do pedido pela imprensa.
"O pedido se pauta em suposições sem respaldo concreto. Por isso, mais uma vez, recebemos a informação com tranquilidade, pois temos certeza de que a campanha foi pautada na mais estrita legalidade. Já demonstramos a regularidades dos recursos com a aprovação das contas de campanha e o faremos novamente", diz a nota enviada à imprensa pelo prefeito e pelo vice.
Ainda segundo o comunicado, "a vontade da maioria do povo Itajaí foi consolidada nas urnas e apesar das inúmeras investidas, o prefeito e vice-prefeito continuarão trabalhando em prol do desenvolvimento da cidade".
O secretário da Fazenda, Érico Sobrinho, é apontado como operador do esquema. A chapa teria recebido doações de empresas e pagamentos em dinheiro vivo, ambas são práticas proibidas pela legislação eleitoral no Brasil.
A ação foi movida pela promotora eleitoral Cristina Balceiro da Motta e pelo coordenador regional do Grupo de Apoio Operacional de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Jean Forest. Além da cassação do prefeito e do vice, o MPE também pede a devolução da verba apontada como caixa 2 e multa sobre o pagamento feito em dinheiro.
Prefeito sugeriu tratar covid com ozônio
Em agosto do ano passado, Volnei Morastoni ganhou espaço na mídia ao sugerir que pacientes com covid-19 fossem tratados com ozônio, sendo que os pacientes receberiam aplicações no ânus
O prefeito acrescentou que o tratamento seria voltado apenas "a quem desejar" e que só seria aplicado em casos confirmados da doença provocada pelo novo coronavírus. Ainda, acrescentou que provavelmente seriam dez sessões de aplicação de ozônio, "simples, rápidas, de dois a três minutinhos por dia".
No anúncio na época, Morastoni afirmou que o ozônio seria mais uma opção das oferecidas pela prefeitura, entre elas, ivermectina, da azitromicina, além da cânfora. Nenhum desses medicamentos, incluindo o ozônio, tem qualquer comprovação de eficácia no combate à covid-19.
Após a declaração do prefeito, o MP-SC (Ministério Público de Santa Catarina) chegou a recomendar que o tratamento não fosse aplicado.
Segundo informações da prefeitura, até janeiro deste ano 81 pessoas participaram de forma voluntária dos testes com o ozônio. Cerca de 49 finalizaram o tratamento. A previsão é de que os resultados sejam publicados em abril.
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