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MPF arquiva inquérito contra ex-ministro Weintraub por suspeita de racismo

02.mai.2019 - O ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante coletiva de imprensa no MEC - Pedro Ladeira/Folhapress
02.mai.2019 - O ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante coletiva de imprensa no MEC Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

24/02/2021 16h23

O MPF (Ministério Público Federal) arquivou inquérito contra o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub por suspeita de crime de racismo após insinuar que a China se beneficiou da crise do coronavírus.

Em abril do ano passado, Weintraub, então ministro da Educação, publicou em sua conta pessoal no Twitter uma capa do gibi da Turma da Mônica, em que aparece a bandeira da China e a Muralha, e escreveu uma mensagem em que troca a letra R pelo L, como o personagem Cebolinha.

"Geopoliticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PedeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?", escreveu Weintraub. A publicação foi apagada horas depois.

Na ocasião, a Embaixada do país asiático no Brasil emitiu uma nota oficial repudiando a mensagem escrita por Weintraub.

Dois meses depois, em depoimento por escrito para a Polícia Federal, o ex-ministro disse que utilizou "elementos de humor" na sua postagem e explicou que usou o personagem Cebolinha já que sua forma de falar costuma ser "associada à fala de povos orientais".

"Ou seja, busquei levantar a seguinte questão para debates públicos: qual o papel na presente pandemia do Partido Comunista Chinês? O método abordado incluiu elementos de humor para uma referência ao PCC. O sotaque do personagem Cebolinha, que costuma ser associado à fala de povos orientais em geral", completou.

Inicialmente, o inquérito contra Weintraub foi aberto pelo STF após pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), mas, como Weintraub deixou o Ministério da Educação em junho, o caso passou a ser julgado na primeira instância da Justiça.