Moro deve estar sofrendo muito mais do que sofri, diz Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou hoje Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato, durante coletiva de imprensa. É a primeira vez que o presidente fala após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, anular seus processos e condenações.
"Eu tenho certeza que ele [Sergio Moro] está sofrendo muito mais do que eu sofri", disparou o presidente. Além de ver suas decisões anuladas pelo Supremo, Moro é alvo de análise pela 2ª Turma dos ministros sobre sua suspeição nas matérias envolvendo Lula, que está livre para disputar eleições por conta da decisão monocrática.
Lula disse que está "muito tranquilo" com os processos continuando, mesmo com a decisão de Fachin. "Já fui absolvido de todos os processos fora de Curitiba, mas nós vamos continuar brigando para que o Moro seja considerado suspeito", assegurou.
O petista citou um artigo que seria de Moro, publicado em 1994. Segundo Lula, o ex-juiz federal afirmou que "só a imprensa pode ajudar a condenar as pessoas". "E aí vale qualquer coisa", emendou Lula.
"Eles sabem que cometeram erros, e eu sabia que eu não tinha cometido erros", acrescentou, incluindo na fala o procurador do MPF (Ministério Público Federal) do Paraná, Deltan Dallagnol.
Em sua fala, o ex-presidente cobrou que as leis sejam cumpridas no transcorrer de processos. "Não podemos atacar as pessoas antes de ter prova, não podemos criminalizar antes de provar que cometeu um crime. A Laja Jato fez um pacto com parte da mídia", atacou o ex-presidente.
Lula está livre para disputar eleições desde que o ministro Fachin anulou todas as suas condenações na Lava Jato.
Outra análise no STF envolve a suspeição do então juiz Sergio Moro, responsável pelas sentenças, nos processos de Lula. Gilmar Mendes puxou a análise na 2ª turma e, no seu voto, atacou o ex-ministro e procuradores integrantes da força-tarefa da Lava Jato. A votação foi suspensa ainda ontem.
Também participaram da coletiva o candidato do PT na eleição presidencial de 2018, Fernando Haddad; a presidente do partido, Gleisi Hoffmann; o ex-ministro Aloísio Mercadante; Guilherme Boulos (Psol); entre outros políticos.
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