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Witzel diz ser alvo do impeachment após incomodar 'máfia da saúde' do Rio

Do UOL, em São Paulo e no Rio

17/03/2021 16h45Atualizada em 17/03/2021 17h05

Acusado de participar de um suposto esquema de desvios na saúde, o governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC), defendeu hoje os órgãos de fiscalização de sua gestão e atribuiu ao que chamou de "máfia da saúde" a culpa por seu processo de impeachment. Ele também acusou seu ex-secretário de Saúde Edmar Santos de "roubar" R$ 18 milhões e criticou a denúncia apresentada contra ele pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

"A Polícia Civil no meu governo é independente, por isso todas as investigações que vêm sendo feitas têm incomodado muita gente. Uma das máfias mais fortes é a máfia da saúde. A máfia da saúde no Rio de Janeiro é poderosa com essas organizações sociais [OSs], e eu decidi enfrentar", disse Witzel em participação no UOL Entrevista.

Os órgãos de controle no meu governo funcionaram tanto que as máfias estão se mexendo, atuando. Eu fui afastado, mas as máfias não foram afastadas

Wilson Witzel (PSC), governador afastado do Rio

Já as críticas à PGR se concentraram no fato de que a denúncia foi também baseada na delação premiada de Edmar Santos, a quem Witzel acusou de roubar R$ 18 milhões "e só devolver R$ 8 milhões".

Ao MPF (Ministério Público Federal), o secretário definiu o governador afastado como líder da organização criminosa acusada de desviar recursos destinados ao combate à covid-19. As acusações contra Witzel, que também atingem sua esposa, Helena Witzel, foram aceitas pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em 11 de fevereiro. Desde então, o governador afastado é réu por corrupção e lavagem de dinheiro.

"Minha esposa não advogou para nenhuma empresa com contrato com o estado, nunca recebi nenhum valor ilícito para dar qualquer decisão e estou sendo acusado única e exclusivamente pela palavra do delator, que foi surpreendido com mais de RS 8 milhões. O empresário Edson Torres diz que pagou R$ 18 milhões, ele só devolveu R$ 8 milhões, pode voltar para cadeia por conta disso", afirmou.

Quando ele [Edmar Santos] se viu na situação de ser surpreendido com mais de R$ 8 milhões em espécie, a única saída que teve — é um homem inteligente, médico, doutor —, foi construir uma narrativa que colocasse a responsabilidade sobre mim. (...) O que o livrou da cadeia foi fazer uma confissão dizendo todos os absurdos que falou em relação a mim

Wilson Witzel (PSC), governador afastado do Rio

Matéria em atualização