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Só sei que não vou votar nele, diz presidente da OAB sobre Bolsonaro

Andréia Martins, Lucas Borges Teixeira e Rai Aquino

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em São Paulo

30/03/2021 12h03

Ao comentar o cenário político para a eleição presidencial de 2022, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, afirmou que na sua casa o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não terá voto.

"Não sou político. Tem gente muito mais competente, especializada no tema. Sei que eu não vou votar nele. Só posso dizer que aqui em casa ele não terá nenhum voto", afirmou durante o UOL Entrevista, conduzido hoje pelo colunista do UOL Kennedy Alencar.

Questionado sobre o que pensa de nomes como o do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), do ex-governador Ciro Gomes (PDT) e do apresentador Luciano Huck, afirmou que vê " esse grupo notadamente democrático, de esquerda, de direita, de centro, como cabe ser a cada um, mas acima de tudo democrata".

"Vou votar em qualquer um que possa dar fim a esse surto autoritário. Ainda que enfraquecido, ele continua caminhando na mesma direção, de ter auxiliares subservientes", completou.

Para ele, foi dada pouca atenção ao afastamento do advogado-geral da União, José Levi Mello, ontem, em meio a outras mudanças feitas pelo presidente em seis ministérios.

"Repito que é um dos melhores advogados gerais da União dos últimos tempos e que se recusou a assinar uma peça teratológica, que era contra competência dos estados, do Distrito Federal e de outros dois estados, em impor medidas restritivas", afirmou.

O advogado afirmou que se sente "espantado" quando pensa no futuro por "ter entre 20% a 25% de pessoas que acreditam que é importante armar todo mundo, matar as pessoas na rua, numa sociedade sem empatia, sem solidariedade, sem compreender que se deve buscar a igualdade, combater o racismo, a desigualdade de gênero".

Santa Cruz afirmou que a chegada de Bolsonaro à Presidência mostra "senso de oportunidade".

"O presidente Bolsonaro é acima de tudo uma pessoa com grande senso de oportunidade. Ele soube, mesmo sendo político do baixo clero, um deputado que nada produziu no Congresso em 30 anos, a não ser declarações histriônicas, soube galvanizar esse sentimento, foi competente nisso."