Sete nomes são cotados para mudanças na PRF e PF
Pelo menos sete nomes são cotados para mudanças na Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), com a chegada do novo ministro da Justiça, Anderson Torres.
Na Polícia Federal, os nomes ventilados são variados. Incluem os superintendentes de Minas Gerais, Cairo Duarte, de Brasília, Márcio Nunes, e do Amazonas, Alexandre Saraiva, além do secretário-adjunto de Segurança Pública do DF, Alessandro Moretti, que trabalhava como auxiliar de Torres no Governo do Distrito Federal.
Foi mencionado até o diretor da Agência Brasileira de Inteligência, o delegado Alexandre Ramagem, pivô de uma crise entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado.
Na PRF, dois nomes são mencionados na bolsa de apostas: o diretor de Operações Fábio Elissandro Cassimiro Ramos e, por fim, Silvinei Vasques, que ocupa alto cargo na corporação.
Segundo fontes da PF ouvidas pelo UOL, a mudança na Diretoria-Geral já foi prevista quando houve a troca do ministro da Justiça.
Pelo fato de a instituição não ter independência em relação ao Executivo, há uma reclamação interna da possível troca de chefe a cada alteração no Ministério. Leandro Daiello ficou no cargo seis anos, de 2011 a 2017. Mas, desde sua saída, a Polícia Federal teve quatro diretores em quatro anos: Fernando Segóvia, Rogério Galloro, Maurício Valeixo e Rolando Alexandre.
Nos bastidores, na ocasião em que Torres foi indicado ao cargo, delegados e policiais federais já comentavam que haveria a troca, fato que se consolidou dias depois. Com a chegada do ministro, a certeza da mudança da estrutura ficou ainda mais próxima.
Fontes disseram ao UOL que há um certo clima de tensão por conta de quem será o novo comandante da PF. Não se sabe se serão feitas "guinadas".
Já na PRF, a situação ocorreu de forma oposta. Quando Torres foi nomeado e houve indícios da queda de Rolando Alexandre, a direção da Polícia Rodoviária não se viu tão exposta, tendo em vista a proximidade de Eduardo Aggio, o diretor da corporação, e Jair Bolsonaro.
A notícia do fim do mandato de Aggio começou a circular nos corredores da corporação. Já se especulavam dois possíveis nomes ao cargo de diretor-geral: Vasques e Elissandro.
Nesta terça, Bolsonaro fez um agradecimento a Anderson Torres. "Quero te agradecer, Anderson, por ter aceitado o convite, que realmente é um desafio", disse ele, em cerimônia no Palácio.
"Não é fácil e não é um ministério complicado, mas é um ministério que tem muita responsabilidade. Abaixo de você ali, diretamente subordinado entre outras, né, a sua própria Polícia Federal. Se o teu sonho um dia era ser policial, diretor-geral, como é de todo mundo, ser comandante do Exército, né? Faz Academia, a tua por ser diretor-geral."
Em 2018, durante a campanha eleitoral, Torres defendia que a Polícia Federal tivesse um papel importante num controle rígido de fronteiras para evitar a entrada de armas, drogas e produtos contrabandeados no país.
(Colaborou Hanrrikson Andrade)
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