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Lula encontra Sarney uma semana após Bolsonaro visitar ex-presidente

Lula encontra José Sarney 06/05 - Ricardo Stuckert/ Divulgação
Lula encontra José Sarney 06/05 Imagem: Ricardo Stuckert/ Divulgação

Colaboração para o UOL*

06/05/2021 18h46Atualizada em 06/05/2021 21h37

Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Sarney (MDB) se encontraram hoje na residência de Sarney. O encontro aconteceu uma semana após Jair Bolsonaro (sem partido) visitar Sarney, que foi presidente entre 1985 e 1989.

Lula e Sarney apareceram lado a lado usando máscara de proteção e tocando as mãos em foto publicada no Twitter do petista nesta tarde.

Lula começou na última segunda-feira (3) uma série de encontros políticos para a criação de uma grande aliança para 2022, buscando fechar apoios nos estados. Na segunda, ele se reuniu com o senador Jader Barbalho (MDB-PA) e, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, vem mantendo contato com o também senador Renan Calheiros (MDB-AL). Os dois emedebistas são pais dos governadores Helder Barbalho e Renan Filho, respectivamente.

Na terça, o petista convidou o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) para se filiar ao PT e ainda se encontrou com os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Kátia Abreu (Progressistas-TO) e Jader Barbalho (MDB-PA), além do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE). No dia seguinte, Lula se reuniu com o ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab.

Uma reunião entre Lula e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), havia sido articulada pela bancada petista no Congresso, mas não aconteceu. De acordo com o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), o ex-presidente não conseguiu ajustar um horário. Além de Sarney, Lula passa esta quinta se reunindo com embaixadores. "Ficou para buscar uma saída nesta quinta, mas acabou que os dois estão super ocupados. (Lula) Está cheio de agenda com embaixadas e não tem tempo. Ficou pra próxima vinda", disse o líder do PT ao jornal O Estado de S.Paulo.

Bolsonaro também busca apoios

Ao mesmo tempo em que Lula se articula, Bolsonaro se reuniu ontem com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), e deputados estaduais aliados para pedir que "não baixem a guarda para a esquerda".

Uma semana atrás, o presidente foi até a residência do ex-presidente Sarney, para pedir apoio do MDB em embate contra Renan Calheiros (MDB-AL). O atual presidente foi aconselhado pelo senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado, a tentar uma aproximação com o partido na tentativa de dialogar com o relator da CPI da Covid.

O encontro de Bolsonaro e Sarney ocorreu justamente no dia em que a comissão foi instalada no Senado, e Calheiros fez duras críticas à gestão do governo federal no combate à pandemia, disse que "os crimes contra a humanidade não prescrevem jamais" e lamentou o fato de o Ministério da Saúde ter no comando durante boa parte da pandemia o general Eduardo Pazuello.

"A diretriz é clara: militar nos quartéis e médicos na saúde. Quando se inverte, a morte é certa, e foi isso que lamentavelmente parece ter acontecido. Temos que explicar como, por que isso ocorreu", disse Renan, na ocasião.

Após o apelo de Bolsonaro a Sarney, que mantém uma interlocução direta com Renan, o senador - que também ouviu apelo de outros aliados do governo - afirmou a correligionários que iria calibrar melhor suas falas.

* Com informações do Estadão Conteúdo