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Partido Aliança "não deu certo", diz Jair Bolsonaro a apoiadores

23.abr.2021 - O presidente Jair Bolsonaro enfrenta dificuldades para formar o partido Aliança pelo Brasil - Isac Nóbrega / PR
23.abr.2021 - O presidente Jair Bolsonaro enfrenta dificuldades para formar o partido Aliança pelo Brasil Imagem: Isac Nóbrega / PR

Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

06/05/2021 11h12Atualizada em 20/05/2021 14h28

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reconheceu a apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada que "dificilmente" o partido Aliança pelo Brasil irá ser criado neste ano. Segundo o mandatário, dois partidos estão sendo avaliados pela família presidencial para 2022.

O Aliança, no meu entender, dificilmente vai se formar esse ano. Estou acertando, está na reta final, mas é igual casamento, não posso escolher. Era para ser até março (a criação do partido), não deu certo. Tenho dois partidos em vista. Por mim seria ontem, mas tem que ir numa boa. O PSL, no ano passado, foi em cima da hora. Bons deputados foram eleitos, outros nem tanto. Deu aquela confusão toda.
Jair Bolsonaro a apoiadores na saída do Palácio do Alvorada

No fim de 2019, Bolsonaro deixou o PSL após um conflito com o presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PSL-PE), que impediu que as principais funções do partido fossem administradas por indicados do presidente.

Com a escolha de um novo partido, o presidente pretende levar cerca de 20 a 25 deputados da chamada 'ala bolsonarista' da atual bancada do PSL na Câmara ao novo partido. Além dos parlamentares federais, o presidente tentará filiar os apoiadores estaduais e municipais ao partido.

A legenda que será escolhida, porém, contará com a concordância dos filhos do presidente, que estão atuando na linha de frente das negociações com o Patriotas, onde mantém conversas avançadas, e com o PMB, que deixaria o nome "Partido da Mulher Brasileira" para se chamar "Brasil 35".

O Patriotas chegou a oferecer todas as principais funções do partido ao presidente, como a presidência, vice-presidência e a tesouraria.

Enquanto também negociava com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-SP), o presidente do PTB, Roberto Jefferson, chegou a oferecer a presidência e os principais cargos do partido, como a tesouraria, por dois anos à família Bolsonaro. A oferta, porém, foi negada, já que há a intenção da família de controlar 100% do futuro partido.

A filiação a um partido é necessária para que o presidente esteja apto a disputar a reeleição em 2022 — de acordo com as regras da Justiça Eleitoral, o prazo máximo é até seis meses antes do pleito. Bolsonaro havia dito anteriormente que decidiria seu futuro partidário até março, o que não aconteceu.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no 5° parágrafo desta matéria, a sigla PMN significa 'Partido da Mobilização Nacional', e não 'Partido da Mulher Brasileira'. A negociação de Bolsonaro está sendo feito com o PMB, e não com o PMN. A informação já foi corrigida.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.