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Parlamentares criticam Queiroga por ser contra quebra de patente: 'Absurdo'

6.mai.2021 - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à CPI da Covid no Senado - Jefferson Rudy/Agência Senado
6.mai.2021 - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à CPI da Covid no Senado Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

06/05/2021 17h04

Deputados de oposição ao governo federal criticaram a declaração do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de que é contra a quebra de patentes das vacinas para a covid-19. Os parlamentares classificaram a posição do ministro como "absurda" e "na contramão do mundo e do bom senso".

Hoje, em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), Queiroga se declarou contra a quebra de patentes, mas também desviou do tema, afirmando que esta era uma "opinião inicial" que precisava de uma análise maior.

"Naturalmente, isso é uma matéria mais afeta à questão das relações exteriores, mas o meu temor em relação a isso é o de não termos condições, mesmo com a quebra da patente, de produzir essas vacinas aqui no Brasil e, como o nosso programa de vacinação também está calcado em vacinas como a Pfizer e a Janssen, de isso interferir de maneira negativa no aporte de vacinas para o Programa Nacional de Imunizações", disse o ministro.

O posicionamento foi suficiente para levantar questionamentos de parlamentares de oposição, que defendem que a quebra de patentes é uma forma de garantir que o Brasil tenha acesso a mais vacinas contra a covid-19.

O deputado Rui Falcão (PT-SP) classificou as declarações de Queiroga sobre o tema como um "absurdo". Henrique Fontana (PT-RS) disse que ele vai "na contramão do mundo e do bom senso".

Baleia Rossi (MDB-SP), que foi candidato à presidência da Câmara, afirmou que votará a favor da suspensão de patentes e lembrou que a medida foi defendida pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Sâmia Bonfim (PSOL-SP), por sua vez, atacou o presidente Jair Bolsonaro, que não defendeu a medida. "Se o termo fosse "rachadinha da patente" ao invés de "quebra da patente", certamente Bolsonaro apoiaria com entusiasmo", escreveu em seu Twitter.

Veja mais manifestações de parlamentares sobre o tema:

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.