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Bolsonaro faz aglomeração por zelo ao 'psicossocial' do povo, diz Pazuello

Rayanne Albuquerque, Hanrrikson de Andrade e Luciana Amaral*

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

19/05/2021 15h44Atualizada em 19/05/2021 19h34

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello entrou em defesa das atitudes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia da covid-19 durante o seu depoimento à CPI da Covid. Ao ser questionado se o chefe do Executivo nacional estava na contramão as orientações do Ministério da Saúde e de entidades internacionais, o general do Exército disse que Bolsonaro está "tratando também do psicossocial".

Eu acredito, e ai vem uma posição muito pessoal minha, que o Presidente da República ele tem, na cabeça dele, outros pensamentos quando ele ta agindo dessa forma. Ele está, na minha visão, tratando também a parte do psicossocial, a parte da posição do povo em acreditar que isso ai vai passar. Isso aí é uma análise minha, não quero dizer que isso seja uma análise dele. O presidente tem que ver todos os prismas. Eu vi os prismas da Saúde
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde

Pazuello expressou suas percepções sobre episódios de aglomeração em que Bolsonaro foi visto após ser questionado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) se ele estava alinhado com as perspectivas do presidente. O ex-ministro chegou a citar que a cloroquina — medicamento de eficácia não comprovada, indicada por Bolsonaro para combater a covid-19 — não é responsável pelo avanço no número de óbitos pela doença.

Não acho que o uso ou não da hidroxicloroquina seja o grande responsável pelo maior ou menor número de mortos
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde

O "tratamento precoce", termo usado para definir o uso de cloroquina, azitromicina e ivermectina, todos sem eficácia científica, foi incentivado pelo Ministério da Saúde durante a gestão de Pazuello. Diante do colegiado da Comissão Parlamentar de Inquérito, o ex-ministro alegou que fez uso das medicações para se tratar da covid-19.

* Colaborou Ana Carla Bermúdez

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.