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Senador critica Bolsonaro e chama Pazuello de 'marionete' após evento no RJ

Jair Bolsonaro discursa durante ato no Rio de Janeiro; ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (1º à esq) participou  - Pilar Olivares/Reuters
Jair Bolsonaro discursa durante ato no Rio de Janeiro; ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (1º à esq) participou Imagem: Pilar Olivares/Reuters

Colaboração para o UOL

23/05/2021 15h43

O senador Otto Alencar (PSD-BA) criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por terem participado hoje de um passeio com motociclistas ,no Rio de Janeiro, que gerou aglomerações.

Segundo ele, o ato foi "uma provocação àqueles que estão nos hospitais sofrendo com a covid-19". "Bolsonaro mobilizou tudo isso para fazer um palanque político, ele não estava inaugurando obra, ele está em campanha com os recursos da União. Está bem explicado o que pensa o presidente: aglomerar para fazer a busca da imunidade de rebanho, estimular o não uso da máscara e desautorizar o atual ministro da saúde", afirmou em entrevista à CNN, na tarde deste domingo (23).

Alencar lembrou que Pazuello foi de máscara prestar depoimento à CPI e disse apoiar o uso, mas hoje tirou a máscara no encontro com o presidente. "Pazuello é incompetente, descompromissado com a saúde. A figura dele é de uma marionete, um boneco na mão do presidente. Não sei como uma figura dessa pode chegar a atingir um cargo de general do exército".

O presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM), disse ontem que o pedido de reconvocação do ex-ministro será votado novamente na quarta-feira (26) pela CPI. "Pazuello será reconvocado e espero que o ministro do STF não atrapalhe a CPI. Senhor ministro Lewandowski, não atrapalhe a investigação", pediu Alencar.

Motocada no Rio

Sem máscara, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou hoje de um passeio com motociclistas no Rio que terminou com um discurso em que atacou governadores e prefeitos que decretaram restrições devido à pandemia do novo coronavírus.

Segundo ele, as restrições são adotadas "sem qualquer comprovação científica", na contramão do que dizem epidemiologistas, que recomendam medidas de distanciamento social. Ele não fez menção à compra de mais vacinas e insumos contra a doença pelo governo federal.

O ato percorreu da zona oeste até o Aterro do Flamengo, na zona sul da cidade, onde o presidente encontrou com o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que também não vestia máscara.

Em seu discurso, Bolsonaro voltou a fazer ameaças em meio a gritos de "Eu Autorizo" de apoiadores. A frase se tornou uma constante em atos pró-Bolsonaro depois que o presidente falou em agir contra medidas de restrição determinadas por governadores e prefeitos para o controle da pandemia.

"Estamos prontos, se preciso for, para tomar todas as medidas necessárias para garantir a liberdade de vocês. Temos o sagrado direito de ir e vir. Temos o direito de trabalhar, temos o direito de professar a nossa fé, de ir às igrejas e nos encontrar com Deus", disse, depois de dizer que governadores e prefeitos decretaram lockdowns e confinamentos "sem qualquer comprovação científica". Na verdade, epidemiologistas recomendam medidas de distanciamento social contra a disseminação do novo coronavírus, o que é ignorado por Bolsonaro.