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GO: Dirigente do PT é preso por exibir faixa 'Bolsonaro genocida' em carro

Carro do professor e secretário estadual do PT de Goiás, Arquidones Bites, durante protesto contra Jair Bolsonaro - Reprodução/Twitter
Carro do professor e secretário estadual do PT de Goiás, Arquidones Bites, durante protesto contra Jair Bolsonaro Imagem: Reprodução/Twitter

Sara Baptista

Do UOL, em São Paulo*

31/05/2021 23h42Atualizada em 01/06/2021 15h58

Arquidones Bites, secretário estadual de Movimentos Populares do PT de Goiás, foi preso hoje pela Polícia Militar na cidade de Trindade (GO). O motivo da detenção foi o fato de ele ter uma faixa no capô de seu carro com os dizeres "fora, Bolsonaro genocida". Em um vídeo publicado nas redes sociais do partido, a presidente do PT de Goiás, Kátia Maria, afirmou que a justificativa usada foi a Lei de Segurança Nacional.

Segundo a dirigente do partido, Arquidones Bites foi detido e levado para uma delegacia da Polícia Civil de Trindade, que teria se recusado a registrar a ocorrência. Os policiais que detiveram o secretário então o encaminharam para a PF (Polícia Federal), onde ele prestou depoimento. Ele foi liberado por volta das 22h.

"Fui preso, fui quase enforcado, levei empurrão, soco, mas estamos na luta", acusou Arquidones, ao deixar a Polícia Federal. Ele emendou: "Fora, Bolsonaro genocida".

Procurada pelo UOL, a Superintendência Regional da Polícia Federal em Goiás declarou que "após realizar a oitiva de todos os envolvidos, entendeu-se não ter havido transgressão criminal de dispositivo tipificado na Lei de Segurança Nacional. A Polícia Federal reafirma seu comprometimento no combate à criminalidade em todas as suas vertentes, respeitando o Estado Democrático de Direito". A reportagem não conseguiu contato com a Polícia Militar de Goiás.

Um vídeo feito pelo próprio Arquidones mostra o momento da abordagem, ainda durante o dia de hoje. Nesta hora, o oficial lê o artigo 26 da Lei de Segurança Nacional e afirma que, se Arquidones não retirasse a faixa, seria levado preso.

Kátia Maria gravou a chegada do secretário do partido na superintendência da PF em Goiânia. Nas imagens é possível ver o policial que o deteve relatando o fato e afirmando que Arquidones o teria desacatado. Ele, porém, protestou e afirmou que o policial não estava falando a verdade e que ele havia sido espancado pelos oficiais.

"Nós estamos aqui, indignados, mas também acompanhando muito de perto para que a justiça seja feita e para que a gente possa garantir as liberdades democráticas", afirmou Kátia Maria, enquanto esperava para que Arquidones prestasse depoimento.

Arquivaldo Filho, presidente do PT de Trindade e sobrinho de Arquidones, publicou em seu Instagram um vídeo no qual captura o momento da liberação. Ele e o vereador da capital goiana Mauro Rubem (PT), em frente ao local onde Arquidones estava detido, falavam sobre o caso quando palmas e gritos anunciaram a soltura de Arquidones.

Ao deixar a superintendência da PF, Arquidones foi acompanhado por militantes que celebraram aos gritos de "viva a liberdade", "fora Bolsonaro" e "genocida".

"Eu tenho certeza que muita gente que não está aqui neste momento, mas que ficou sabendo, com certeza essas pessoas não estão de acordo com o que foi feito. Eu estou nervoso, não sei se vocês sabem, nós somos nove irmãos, foi morrer justamente o caçula. Ele saiu da ordem, porque o presidente da República, esse genocida, não comprou vacina. Não podemos aceitar isso, gente", discursou Arquidones.

Um dia após a detenção de Arquidones, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), retuítou um tuíte sobre abuso de autoridade.

*Com colaboração de Beatriz Gomes, do UOL, em São Paulo

Errata: este conteúdo foi atualizado
Uma versão anterior deste texto afirmava no oitavo parágrafo que Arquidones Bites é irmão de Arquivaldo Filho. Ele é, na verdade, tio. A informação foi corrigida.