Evento com governador do RJ tem agressão a jornalista e aglomeração
O jornalista Rafael Nascimento de Souza, do jornal O Globo, foi agredido por seguranças do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), após uma agenda do político na Tijuca, zona norte do Rio, na tarde de hoje. O evento ocorreu na quadra da escola de samba do Salgueiro e também foi marcado por aglomeração de Castro com passistas e outros participantes.
A agressão a Rafael ocorreu após o lançamento do programa SuperaRJ, quando o repórter foi questionar o político sobre a possibilidade de o Rio de Janeiro sediar a Copa América. Nessa hora, Castro andou mais rápido e o jornalista continuou do lado dele. Em seguida, um dos seguranças segurou o repórter com força pelo braço, empurrou-o e acertou uma cotovelada em Rafael.
Em um vídeo, é possível ver que o jornalista levanta as mãos e questiona o tratamento violento. Um outro segurança coloca a mão no peito do repórter e, nesse momento, outras pessoas que estavam no local intervieram. Após o ocorrido, o jornalista chegou a chorar revoltado com o acontecido.
O jornal O Globo divulgou nota condenando a agressão sofrida pelo repórter. "Foi impedido de forma truculenta por um segurança de se aproximar do governador Claudio Castro. Parte da ação dos seguranças foi gravada por um participante do evento e divulgada em redes sociais. Ela mostra os agentes criando uma barreira para impedir o acesso ao governador".
"Num momento anterior, não filmado, o profissional relata ter sido puxado pelo pescoço e pelo braço por um dos seguranças, que o impediu de fazer perguntas. Castro seria questionado sobre a decisão do Rio de Janeiro de sediar a Copa América com a iminência de uma terceira onde da Covid. O GLOBO repudia a ação truculenta e qualquer tentativa de impedir agentes públicos de prestar contas à sociedade sobre temas de interesse coletivo", completou a publicação.
O governo do Rio negou que o repórter tenha sido agredido, mas se desculpou pelo "incidente".
"O Governo do Estado do Rio se desculpa pelo incidente com o repórter do jornal "O Globo", na saída do evento na quadra do Salgueiro. Não havia previsão de entrevistas, e nem era permitida a presença de jornalistas naquele local. O Governo garante que não houve qualquer tipo de agressão ao repórter", informou em nota.
Aglomeração e dança do governador
Castro participou do lançamento do SuperaRJ, que irá ajudar mensalmente a população afetada pela pandemia da covid-19. O local escolhido para o evento foi a quadra do Salgueiro porque, segundo Castro, as escolas vão abrir as portas para a entregar os cartões no valor de R$ 200 para as famílias.
No evento, centenas de pessoas se aglomeraram na tarde de hoje. No local, estavam passistas, porta-bandeiras e presidentes das escolas de samba.
Algumas pessoas estavam sem máscara, e a maioria não respeitou o distanciamento social. Muitas ficaram em pé e outras sentadas, porém, todas lado a lado, sem a separação mínima de 2 metros.
Além disso, Cláudio Castro e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, André Ceciliano (PT), assim como secretários e prefeitos de outros municípios se abraçaram por diversas vezes.
No final, mestres-salas e porta-bandeiras fizeram um círculo em volta do governador, causando, novamente, uma aglomeração. Castro chegou a dançar com algumas passistas e posou para fotos, desrespeitando mais uma vez as recomendações para evitar a transmissão do novo coronavírus.
As aglomerações aconteceram no momento em que a taxa de ocupação dos leitos de UTI para covid-19 está em 83% conforme o próprio governo do estado. De acordo com o último levantamento da secretaria estadual de Saúde, 50.840 pessoas morreram por causa do coronavírus, sendo que 256 delas foram registradas entre segunda e terça.
O que é o SuperaRJ?
O programa SuperaRJ, criado pela Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), tem o objetivo de combater a pobreza causada pela pandemia da covid-19. A ajuda mensal é de R$ 200.
O SuperaRJ deve beneficiar mais de 355 mil famílias, segundo o governo. A previsão inicial de investimento é de mais de R$ 86 milhões por mês. De acordo com o governo, atualmente mais de 1 milhão de pessoas vivem em péssimas condições por terem perdido o emprego.
Castro disse que o foco principal é o enfrentamento da pobreza. "É essa pobreza que o isolamento trouxe, que o desemprego trouxe, e a gente tem que olhar para essa pobreza, olhar para essas pessoas que estão com fome, que estão emprego, sem renda. Esse enfrentamento da pobreza é a principal meta do SuperaRJ", disse.
A ajuda mensal é de R$ 200, porém existe a possibilidade de acréscimo de R$ 50 para cada filho, limitado a dois menores. O programa irá atender micro e pequenos empreendedores que podem receber o valor de até R$ 50 mil.
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