PT diz que Amado Batista enfrentará Justiça após chamar Lula de "ladrão"
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ameaçou processar o cantor Amado Batista, depois de chamar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "ladrão" durante entrevista concedida à Rede Nordeste de Rádio. A declaração foi feita na semana passada, mas gerou reação da cúpula do PT somente hoje.
Na entrevista, reproduzida na íntegra pelo jornalista Magno Martins, Amado Batista defende posicionamentos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e faz acusações contra Lula e os filhos dele. Além disso, o cantor critica as pesquisas que apontam o ex-presidente na liderança para eleição do ano que vem.
"Amado Batista terá de enfrentar a Justiça, assim como outros que mentiram sobre Lula e sua família. Quem faz acusação falsa tem de ser responsabilizado pelo que diz, seja famoso ou não", escreveu Gleisi, nas redes sociais. "Cuidado com a língua, mentirosos", acrescentou, em seguida.
Ao UOL, a assessoria do partido disse que os advogados do PT ainda avaliam quais as representações e ações cabíveis contra o cantor. Sobre as declarações de Amado Batista em relação a Lula, o partido afirmou apenas que a presidente da sigla já havia se manifestado no Twitter. A reportagem também procurou o músico, e aguarda posicionamento.
Sucesso principalmente nos anos 1980 e 1990, o cantor, compositor e empresário Amado Batista é considerado um dos principais apoiadores de Bolsonaro, dentro da classe artística.
Em maio do ano passado, por exemplo, quando a pandemia já havia sido decretada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o cantor recebeu o presidente para um churrasco, em Goiás, desrespeitando assim medidas de isolamento social para enfrentamento do vírus.
Imagens que circularam nas redes sociais na época mostravam Bolsonaro ao lado do cantor, além de dezenas de pessoas sem máscaras de proteção aglomeradas próximas umas às outras em mesas.
"Temos amizade, sim, mas coitado... é o presidente, tem tanta coisa para cuidar, que não dá para simplesmente chamá-lo 'vem aqui almoçar'. Não dá. Mas, de vez em quando, eu ligo para ele e conversamos. A nossa amizade é muito antes de ele ser presidente", afirmou o músico, durante a entrevista.
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