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Wilson Lima diz que não foi à CPI por onda de violência no AM

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), durante evento na Arena da Amazônia, em Manaus - Sandro Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo
O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), durante evento na Arena da Amazônia, em Manaus Imagem: Sandro Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Thaís Augusto e Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

10/06/2021 12h05Atualizada em 10/06/2021 12h56

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), declarou que não foi à CPI da Covid, na manhã de hoje, por causa da recente onda de violência no estado. Segundo ele, "o povo precisa mais [da sua presença] nesse momento".

Lima era aguardado para prestar depoimento à comissão sobre várias questões relacionadas à pandemia do coronavírus, como a aplicação de verbas federais repassadas aos estados e municípios e o agravamento da crise sanitária em Manaus, no começo do ano. À época, a rede de saúde local entrou em colapso e pessoas morreram nos hospitais sem acesso a oxigênio.

O governador decidiu não ir à CPI depois de conseguir no STF (Supremo Tribunal Federal) um habeas corpus que o liberou da presença obrigatória.

Em nota divulgada à imprensa, Lima citou a "impossibilidade de se ausentar do estado neste momento em que está em andamento uma grande ação de segurança pública, para fazer frente aos recentes ataques do crime organizado no Amazonas".

"A ministra (Rosa Weber) ontem tomou a decisão e facultou a minha participação na CPI e eu optei por não ir, em razão de todos esses episódios que têm acontecido no estado do Amazonas em que eu preciso estar junto a população, coordenar essas ações na área de segurança. O povo precisa mais de mim aqui nesse momento", declarou ele.

Outros oito governadores já estão com depoimentos agendados entre os dias 29 de junho e 8 de julho. Todos defendem que as convocações violam o pacto federativo e a separação entre os poderes, e enviaram uma carta ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), com os mesmos argumentos. Aziz, no entanto, negou o apelo e manteve as convocações.

"Temos um princípio que é importante ser respeitado, que é a independência dos poderes. Isso é um princípio básico e elementar, os direitos da constituição precisam ser garantidos".

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.