População brasileira tem sido tratada como rebanho, diz médico na CPI
O ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e médico sanitarista Claudio Maierovitch afirmou hoje que o governo federal tem tratado a população brasileira como "rebanho" ao propor a imunidade coletiva.
"Não somos rebanho, não existe nenhum coletivo da palavra 'pessoa' ou 'gente' que seja traduzido como rebanho. Temos muitos coletivos no nosso dicionário e rebanho não é um deles. Rebanho se aplica a animais e fomos tratados dessa forma", criticou ele na CPI da Covid, que investiga ações e omissões do governo federal durante a pandemia.
Acredito que a população brasileira tem sido tratada dessa forma [como rebanho] ao se tentar produzir imunidade de rebanho às custas de vidas humanas."
Claudio Maierovitch na CPI da Covid
"Infelizmente o governo brasileiro se manteve na posição de produzir imunidade de rebanho com essa conotação toda para nossa população ao invés de adotar as medidas reconhecidas pela ciência para enfrentar essa crise", disse Maierovitch.
Uma das linhas de investigação dos senadores na CPI da Covid é se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria intencionalmente adotado a estratégia de tentar atingir imunidade de rebanho sem vacinas. A estratégia foi levantada como possibilidade no início da pandemia e consiste em tentar atingir imunidade de grupo —quando a maioria da população têm anticorpos contra o vírus —sem vacinas, através da contaminação do maior número possível de pessoas.
Em pouco tempo, no entanto, estudos mostraram que a consequência dessa estratégia eram milhares de mortes. Embora o ministério da Saúde nunca tenha oficialmente adotado a estratégia de imunidade de rebanho sem vacinas, o presidente Jair Bolsonaro disse diversas vezes que a contaminação da maioria da população era inevitável e que "ajudaria a não proliferar" a doença.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.