Aziz cobra decisão do STF sobre recurso de governadores convocados pela CPI
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), cobrou decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em relação a recursos de ação em que os governadores pedem para ser suspensa a convocação para depoimento na comissão, que investiga ações e omissões do governo federal durante enfrentamento da pandemia.
"O que nós convocamos foram os governadores. Está marcado, mas até hoje não houve decisão da...da... ministra [Rosa Weber] para eles virem aqui ou não", disse Aziz, após questionamento da senadora Soraya Tronicke (PSL-MS). "E a gente espera que a decisão do Supremo não saia em cima da hora porque, senão, vai nos prejudicar na investigação. Caso o Supremo permita que os governadores venham a depor, colocaremos naquela agenda. Agora não dá para esperar", ressaltou, em seguida.
A relatora da ação é a ministra Rosa Weber. Não há prazo para que ela decida a respeito do pedido dos governadores, que devem começar a ser ouvidos no final do mês, de acordo com calendário divulgado pela CPI.
Na quarta-feira (9), em outra ação, ela autorizou o governador do Amazonas, Wilson Lima, a não comparecer ou a ficar calado na CPI. O depoimento de Lima estava marcado para quinta-feira (10), mas ele não foi ao Senado. Segundo o governador amazonense, sua ausência na comissão se deu por conta da onda de violência no estado. Segundo ele, "o povo precisa mais [da sua presença] nesse momento".
Durante a sessão, Aziz explicou aos parlamentares que a decisão a favor de Lima era única, e que, portanto, não valia para todos os outros governadores.
Foram ao STF contra a convocação os governadores:
- Renan Filho (MDB), de Alagoas
- Wilson Lima (PSC), do Amazonas
- Waldez Góes (PDT), do Amapá
- Rui Costa (PT), da Bahia
- Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo
- Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás
- Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão
- Helder Barbalho (MDB), do Pará
- Paulo Câmara (PSB), de Pernambuco
- Wellington Dias (PT), do Piauí
- Cláudio Castro (PSC), do Rio de Janeiro
- Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul
- Marcos Rocha (sem partido), de Rondônia
- Carlos Moisés (PSL), de Santa Catarina
- João Doria (PSDB), de São Paulo
- Belivaldo Chagas (PSD), de Sergipe
- Mauro Carles (PSL), de Tocantins
AGU diz que depoimento é imprescindível
A AGU (Advocacia-Geral da União) disse que a "oitiva dos governadores dos Estados e do Distrito Federal mostra-se imprescindível" para a CPI da Covid. A manifestação do órgão federal foi apresentada na semana passada ao STF dentro da ação em que os governadores pedem para que seja suspensão a convocação para depoimento na comissão.
Na manifestação, assinada por Fabrício da Soller, advogado-geral da União substituto, a AGU argumenta que objetivo da CPI, ao convocar os governadores, "diz respeito à fiscalização do emprego dos recursos repassados pela União aos demais entes federativos". Por esse motivo, segundo o órgão, o Congresso pode "fiscalizar o emprego de recursos federais transferidos aos entes estaduais e distritais".
Para a AGU, é "indiscutível a competência do Congresso Nacional para fiscalizar a utilização dos recursos transferidos pela União, no intuito de combate à pandemia de covid-19, aos estados e Distrito Federal".
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