Joice: Bolsonaro cobrou que eu defendesse filho e exigiu minha saída do PSL
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) disse hoje que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) exigiu a ela que defendesse o filho dele, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) no caso das "rachadinhas". A cobrança foi, segundo a parlamentar, a "gota d'água" para o rompimento com o presidente, a quem apoiava.
"Naquele momento [da Reforma da Previdência], eu estava todo dia em rede nacional, porque era o combinado que eu falasse pelo governo. Ele [Bolsonaro] quis aproveitar aquele espaço nacional para que eu defendesse o filho. E eu disse 'não vou fazer' e dei uma declaração pública de que eu apoiava a investigação", contou, em entrevista a Cidinha Campos, no programa Cidinha Livre, da rádio Tupi.
Em uma conversa presencial, ao ouvir uma negativa da deputada, o presidente teria ficado "extremamente descontrolado", a xingado e levantado da cadeira "como se pudesse crescer para cima de mim", segundo Joice. Ainda de acordo com ela, Jair Bolsonaro teria dito, também, que "não se bate em homem com a mão aberta", ao que ela respondeu: "não sou mulher de malandro, comigo bateu levou", contou.
Eu disse ao meu filho: se você fosse o Flávio e eu fosse o Bolsonaro, eu te entregava para a Justiça, porque eu não defendo picareta, não interessa aonde ele esteja
Joice Hasselmann
Durante a entrevista, Joice também criticou a família Bolsonaro, e disse que eles formam "uma gangue": "ali é uma gangue, cada um tem um papel estratégico nessa gangue, eles atuam muito junto".
Pedido de saída do PSL
Segundo a deputada, o presidente Bolsonaro também condicionou um eventual retorno ao PSL à saída da deputada do partido, além de outras exigências,. Ontem, Joice anunciou que entrou com ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo sua desfiliação por justa causa.
Não vou ser barreira para picareta. Se querem fazer picaretagem, podem fazer. Eu entrei na Justiça e vou sair
Joice Hasselmann
Joice afirmou não ter certeza "se ele [Bolsonaro] vai voltar, se o PSL vai ali na frente rasgar os panos com ele, se vai indicar o vice", porque o partido está "pulando de um galho pro outro". No entanto, ela acredita que o partido seguirá com Bolsonaro para a reeleição caso a negociação "seja boa". "E boa para eles é ruim para o país", opinou.
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