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Senadora: CPI vai buscar 'instrumentos necessários' para que Wizard deponha

Parlamentar mencionou a possibilidade de retenção do passaporte do empresário quando ele retornar ao Brasil - Reprodução
Parlamentar mencionou a possibilidade de retenção do passaporte do empresário quando ele retornar ao Brasil Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

16/06/2021 10h27

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) disse hoje que a CPI da Covid vai buscar "instrumentos que forem necessários" para que o empresário Carlos Wizard seja ouvido na comissão.

Wizard tem depoimento marcado para amanhã, mas está fora do Brasil. Em entrevista à Globonews, a senadora disse que ele pediu para ser ouvido pelo sistema virtual, mas os senadores não aceitaram.

Primeiro, em ele não comparecendo amanhã, a gente precisa pedir ajuda internacional. 'Eliziane, vocês vão buscar a Interpol?' Vamos buscar instrumentos que forem realmente disponíveis e necessários para que de fato esse depoimento possa ocorrer Senadora Eliziane Gama

"Ele (Wizard) justifica que foi fazer acompanhamento de saúde de alguém. Nós estamos olhando essa justificativa de forma muito minuciosa, agora não vamos deixar de fazer nosso papel", acrescentou.

A parlamentar também mencionou a possibilidade de retenção do passaporte do empresário quando ele retornar ao Brasil, algo que já havia sido mencionado pelo vice-presidente da CPI da Covid, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em entrevista ao UOL News ontem.

Wizard tornou-se um dos personagens da comissão, do ponto de vista investigatório, depois de passar um breve período em função de aconselhamento ao ex-ministro Pazuello. Defensor do chamado "tratamento precoce" e contrário ao lockdown, ele chegou a ser indicado para ocupar um cargo formal no Ministério da Saúde, mas o Executivo acabou desistindo da nomeação.

De acordo com senadores da oposição e da ala independente, porém crítica ao governo, o empresário pode ter feito parte do que tem sido chamado "gabinete paralelo" —estruturava sem vínculo oficial com o poder público que municiava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com informações sobre vacinas, uso de cloroquina e medicamentos sem eficácia no tratamento da covid, entre outros.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.