Josias: Podemos nos dar conta sobre aparelhamento quando for tarde demais
O colunista Josias de Souza disse que considera gravíssima a informação revelada hoje pelo UOL de que a delegada responsável pela Operação Lume, Denisse Ribeiro, foi retirada da investigação 14 dias depois de pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma busca e apreensão no Palácio do Planalto, sede do governo federal.
Em participação ao UOL News, Josias disse que é importante esclarecer a questão e prestar atenção em um possível aparelhamento de instituições como a Polícia Federal.
É importantíssimo que essas coisas sejam muito bem esclarecidas e que tudo seja acomodado em pratos bem asseados. Do contrário, podemos nos dar conta que o aparelhamento já ocorreu quando for tarde demais
Josias de Souza, colunista do UOL
Para Josias, é "desconcertante" ver que Denisse Ribeiro foi retirada da investigação "seguindo a orientação da direção-geral" da PF (Polícia Federal)", conforme mostra a reportagem.
"O mais desconcertante é você verificar que a delegada foi importunada no instante que ela quis fazer um batida de busca e apreensão na cozinha do Palácio do Planalto, na secretaria de comunicação", disse.
Operação Lume
O pedido para a realização da segunda fase da Operação Lume, que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, foi feito em 25 de junho de 2020.
Os alvos da delegada da PF seriam a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, que funciona dentro do Planalto e tem repartições na Esplanada, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, os endereços do secretário de Comunicação Fábio Wajngarten e um canal bolsonarista no YouTube.
Cinco dias depois, outro delegado, Fábio Shor, pediu ao STF buscas nas três agências de publicidade com contratos com a Presidência: Artplan, Calia e NBS-PPR.
O objetivo das buscas era procurar provas de que agentes públicos distribuíram verbas do governo para canais bolsonaristas que incitavam movimentos na internet e nas ruas pelo fechamento do Congresso Nacional e do Supremo e a volta da ditadura militar e do AI-5 (Ato Institucional número 5), o mais duro dos anos de repressão.
A assessoria da Polícia Federal não prestou esclarecimentos e não forneceu cópia do processo de mudança dos delegados do caso. O Palácio do Planalto não comentou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.