Flávio Bolsonaro esteve em reunião com dono da Precisa em 2020, diz revista
O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) participou de uma reunião entre o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiniano, e o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Gustavo Montezano, em outubro de 2020. A informação, publicada pela revista Veja, dá conta de que o senador esteve em uma videoconferência com ambos.
A reunião consta na agenda oficial do BNDES. Flávio Bolsonaro é amigo do presidente do banco. Já Maximiano representava outra empresa dele, a Xis Internet Fibra.
À Veja, o BNDES disse que o assunto tratado na videoconferência eram "alternativas de financiamento" para o negócio de Maximiniano. De acordo com a nota, porém, não houve contratação e não há conversas para tal.
Nas redes sociais, Flávio Bolsonaro disse que conhece o dono da Precisa por amigos em comum, mas que não tem "absolutamente nenhuma" relação comercial ou financeira com o empresário. O senador disse que apenas fez um pedido ao presidente do banco que ouvisse "uma boa ideia que foi trazida pelo senhor Maximiniano para que o BNDES pudesse entender e, quem sabe, dar algum suporte para levar internet para o Norte e para o Nordeste".
No vídeo, o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), disse que o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) fez uma videoconferência com a Precisa em 5 de abril. Flávio afirmou acreditar que o encontro se deu para entender as dificuldades que a empresa estaria enfrentando no Brasil e buscando agilizar a aprovação da vacina indiana.
"Não vou ser leviano de sugerir que o senador Randolfe Rodrigues levou, ou esteja levando, alguma vantagem comercial da Precisa ou da Covaxin, para fazer o trabalho. O trabalho nosso como parlamentar é sim intermediar muitas vezes para que as coisas aconteçam. Nós temos que ser proativos", disse.
No início da sessão da CPI da Covid de hoje, Randolfe respondeu às falas de Flávio Bolsonaro e disse que o colega fez uma "ilação no mínimo criminosa".
"Suscitando uma reunião pública que nós tivemos com essa empresa, no dia 5 de abril, que foi inclusive transmitida pelas nossas redes sociais. Ir atrás de vacina não é crime. Crime foi o presidente da República não ir atrás de vacina", disse.
Randolfe citou, ainda, que os senadores também estiveram em contato com "a CoronaVac, Janssen e Pfizer" e que isso teria permitido o contato das duas últimas farmacêuticas com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Disse, também, que o presidente da República "propositadamente" foi omisso na aquisição de vacinas para "beneficiar uma empresa determinada".
A Precisa é a representante do laboratório indiano Bharat Biotech no Brasil que, por sua vez, é responsável pela produção da vacina contra covid-19 Covaxin. A empresa fechou o contrato de doses do imunizante para o ministério da Saúde, que agora está sob investigação devido a suspeitas de irregularidade, sendo intermediária na negociação.
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