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Aziz: Bolsonaro tem 'urticária' da CPI 'mostrar que seu governo é corrupto'

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid - Jefferson Rudy/Agência Senado
O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

03/07/2021 12h04

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que o presidente Jair Bolsonaro vem criticando a comissão por ela ter mostrado "a ineficiência da administração dele".

"Mas não só. Uma coisa que deixa o presidente com urticária é a gente mostrar que o governo dele é corrupto também. Estamos com fortes indícios disso. Isso aí deixa ele com urticária. Ele fica louco. E ele não consegue debater... Ele vai debater com a ema? Não vai, né?", disse Aziz em entrevista ao jornal "O Globo".

Na última semana, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, prestaram depoimento à CPI levantando fortes Indícios de irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin contra covid-19.

O deputado afirmou à comissão ter avisado o presidente das suspeitas em uma reunião no dia 20 de março. Segundo o parlamentar, Bolsonaro afirmou que o caso seria apurado pela Polícia Federal, o que não aconteceu. Só no dia 30 de junho a PF anunciou a abertura de investigações sobre o contrato. Aziz diz que o atraso no pedido à PF prova que Bolsonaro "prevaricou".

"Isso não é indício. Isso é um fato. Ele não desmente. Ele não encaminhou (a denúncia) para a Polícia Federal. A Polícia Federal abriu nessa quarta-feira esse inquérito. Depois de quantos meses? É um fato. Ele não encaminhou nem para a CGU nem para a Abin", afirmou o senador ao jornal. "Ele recebeu na residência oficial um deputado federal da base dele, que levou essas denúncias, e ele não tomou providência. Qualquer servidor público diria que é prevaricação", completou.

A suspeita levou a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber a autorizar uma investigação contra o presidente por prevaricação nas supostas irregularidades no contrato.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.