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Aziz pede perícia médica de reverendo que apresentou atestado à CPI

Na foto, pastor Amilton Gomes (à direita) ao lado do senador Flávio Bolsonaro - Reprodução
Na foto, pastor Amilton Gomes (à direita) ao lado do senador Flávio Bolsonaro Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL

12/07/2021 22h28

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), pediu uma perícia médica para validação do atestado apresentado hoje pelo reverendo Amilton de Paula, que pediu para adiar o seu depoimento à comissão. Em um documento enviado ao depoente, o Serviço de Junta Médica do Senado Federal convoca o reverendo a comparecer ao local amanhã.

Amilton deverá comparecer ao serviço médico levando toda a documentação relacionada ao caso, como exames laboratoriais e de imagem, relatórios médicos e cópia de receituário. Apenas com a validação do atestado é que Omar Aziz vai decidir sobre o adiamento ou não, e a data para a oitiva - inicialmente marcada para a próxima quarta-feira (14).

De acordo com informações reveladas pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, o reverendo recebeu aval do diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, para negociar a compra de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca em nome do governo brasileiro com a empresa Davati Medical Supply.

Amilton preside a Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários), que, apesar do que o nome possa levar a entender, é uma instituição privada. Até 2020, a Senah se chamava Senar (Secretaria Nacional de Assuntos Religiosos).

A negociação da Devati com o Ministério da Saúde entrou na mira da CPI da Covid depois que o policial militar e suposto representante da Davati, Luiz Dominghetti, relatou à Folha de S.Paulo um suposto esquema de corrupção na compra de doses da vacina da AstraZeneca. O esquema envolveria o pedido do então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, por US$ 1 de propina por dose de vacina. Em depoimento, Dias negou que tenha feito isso.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.