STF mantém quebra de sigilo de suspeito de integrar 'gabinete do ódio'
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski negou hoje um pedido da AGU (Advocacia-Geral da União) para que o sigilo telefônico e telemático de José Matheus Salles Gomes não seja quebrado.
José Matheus Salles Gomes integra a Assessoria Especial da Presidência da República e é indicado como um dos membros do "gabinete do ódio".
O "gabinete do ódio" é o termo utilizado para designar um grupo apontado por, de dentro do Palácio do Planalto e atuando especialmente nas redes sociais, gerir páginas de apoio a família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), difundir desinformação e coordenar ataques virtuais.
A quebra dos sigilos do assessor — e de outros dois, vulgo Mateus Matos Diniz e Tercio Arnaud Tomaz — foi aprovada pela CPI da Covid, no Senado, no fim de junho.
Tercio Arnaud Tomaz é colocado com o líder do "gabinete do ódio". O inquérito aberto pela PF (Polícia Federal) sobre a atuação do grupo dá conta de que o trio foi recrutado por Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), vereador do Rio de Janeiro e filho do presidente.
O pedido para a quebra de sigilo de Salles Gomes foi protocolado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Também foi solicitado o acesso a contas bolsonaristas no Facebook, no Instagram e no Twitter.
Na justificativa para a medida, Renan Calheiros pontuou que depoimentos dados à CPI e informações colhidas pela comissão apontam que o grupo "defendia a utilização de medicação sem eficácia comprovada (contra a covid-19) e apoiava teorias como a da imunidade rebanho".
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