Encontro com grupo comprova falso testemunho de Pazuello, diz Randolfe
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, afirmou hoje que não restam mais dúvidas sobre o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello ter cometido crime de falso testemunho.
Randolfe disse que o vídeo divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo —onde Pazuello está reunido com intermediários interessados em vender doses da CoronaVac— prova que o ministro mentiu à comissão.
Para justificar o fato de não ter atendido os representantes da Pfizer, o general afirmou que não se reunia com empresas porque era o tomador de decisões da pasta. No entanto, as imagens provam que ele fez isso em março. Àquela altura, o país já vacinava a população com a CoronaVac desde janeiro, com doses fornecidas diretamente pelo Instituto Butantã, parceiro da fabricante chinesa Sinovac.
"Ficamos estupefatos com o vídeo do senhor Eduardo Pazuello recebendo um intermediário da vacina CoronaVac, com o Brasil já tendo iniciado a vacinação com o Instituto Butantan. Mais de 3 mil mortos por dia [no Brasil] e o ministro da Saúde estava recebendo intermediários que não tinham vacina", criticou Randolfe em entrevista à GloboNews na tarde de hoje.
No mínimo no falso testemunho à CPI está clara a caracterização penal do ministro.
Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Covid
Randolfe ainda comparou a reunião de Pazuello com a recusa de receber os dirigentes da Pfizer. Segundo o senador, isso fez com que a vacinação no Brasil não fosse iniciada em dezembro de 2020 e provocou milhares de mortes.
O senador do Amapá ainda afirmou que há indícios de que o ex-ministro também pode ter cometido outros crimes, como tráfico de influência e corrupção passiva. "Falso testemunho é o menor dos crimes dele", disse.
CPI vai pedir reforço da PF
A cúpula da CPI pretende acelerar os trabalhos de investigação com base em documentos recebidos no recesso parlamentar. Segundo Randolfe, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM) irá solicitar reforço da PF (Polícia Federal) para auxiliar o relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
A CPI já conta com apoio de um delegado da PF, além de servidores da Receita Federal e do TCU.
"A ideia é requisitar pelo menos mais dois delegados", informou Randolfe.
Para acelerar as investigações, os senadores —membros da CPI ou não— vão se dividir em grupos para avançar nas diferentes linhas de investigação abordadas até aqui: o caso Covaxin; o gabinete paralelo no Ministério da Saúde; o suposto esquema de corrupção nos hospitais federais do Rio de Janeiro; e a difusão de fake news sobre a pandemia, entre outros.
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