Bolsonaro desanima sobre voto impresso: 'Não acredito que passe na Câmara'
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se mostrou pessimista sobre a possibilidade de a Câmara dos Deputados aprovar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 135/19, apelidada de PEC do voto impresso. O projeto seria apreciado na semana passada pela comissão especial, mas após tumulto e pedido de revisão do texto, a sessão foi encerrada quando havia 22 votos contrários e apenas 12 favoráveis.
"Eu não acredito mais que passe na Câmara o [projeto sobre o] voto impresso. A gente faz o possível, vamos ver como é que fica aí", disse Bolsonaro em conversa com apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada. A declaração foi gravada e transmitida pelo canal "Foco do Brasil" no YouTube.
Apesar de chamá-lo de "voto impresso", o que o presidente defende não é a volta da votação em cédula de papel, mas sim a impressão de uma espécie de recibo após registro do voto na urna eletrônica. A PEC em questão é de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), aliada de Bolsonaro.
Na sexta (16), após mais de uma hora de debate, o presidente da comissão especial que deveria analisar a PEC do voto impresso, deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), encerrou a sessão antes que se chegasse a uma resolução.
O encontro foi marcado por confusão e uma longa interrupção do deputado Filipe Barros (PSL-PR), que é relator da projeto, e afirmou querer fazer mudanças no texto a ser votado. Ele extrapolou o tempo para discursar e continuou falando apesar dos protestos dos colegas, o acusaram de estar atrasando os trabalhos de propósito.
"A extrema-direita fez uma molecagem sem tamanho. De forma ilegal, o presidente da comissão encerrou a sessão e desligou os sons. Medo da derrota iminente! Não ganham no voto e estão tentando no tapete. Não vamos deixar assim", disse na ocasião a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), contrária à aprovação da PEC.
Urnas são seguras
Além de auditáveis, as urnas eletrônicas são testadas com regularidade sobre sua segurança. Já foi constatado que os dados principais são invioláveis e não podem ser infectados por vírus que roubem informações.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) afirma que não há indícios de fraude em eleições desde 1996, quando as urnas eletrônicas foram adotadas.
Adicionalmente, segundo a Constituição, qualquer alteração no processo eleitoral deve ser aprovada ao menos um ano antes da votação. Isso significa que a PEC apoiada por Bolsonaro precisa passar pelo Congresso até outubro deste ano para ser aplicada às eleições de 2022.
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