PSDB pode abrir mão de candidatura em 2022, diz presidente do partido
O presidente do PSDB, Bruno Araújo (PE), disse hoje que, em nome de uma unidade "distante da polarização" entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, o partido não descarta abrir mão de uma candidatura própria na eleição presidencial de 2022.
"O PSDB está aberto até o último momento nas convenções de construir essa unidade no campo distante da polarização entre o presidente [Jair] Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva] (PT)", afirmou o ex-deputado federal em entrevista ao jornal O Globo.
Como condicionante, Bruno Araújo frisou que "ninguém pode querer um apoio sem ter disposição de apoiar". As regras para as prévias do PSDB já foram definidas e o processo está programado para ocorrer em novembro.
Atualmente, o PSDB tem quatro pré-candidatos disputando a indicação do partido para 2022: João Doria, governador de São Paulo; Eduardo Leite; governador do Rio Grande do Sul; Tasso Jereissati, senador pelo Ceará; e Arthur Virgílio Neto, ex-prefeito de Manaus.
Desde o início da Nova República, advinda com o fim da ditadura militar (1964-1985), o PSDB nunca deixou de lançar um candidato próprio ao Palácio do Planalto. Entre 1994 e 2014 — seis eleições —, a legenda se colocou como principal contraponto ao PT.
Na eleição presidencial de 2018, o candidato foi o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que ficou em quarto lugar, com 4,76% dos votos válidos — o pior desempenho do partido na história da corrida eleitoral pelo Planalto.
Espaço entre Bolsonaro e Lula
Para o presidente da sigla, pesquisas de intenção de voto divulgadas recentemente mostram que "uma maior parte do eleitorado brasileiro" prefere "votar nem um, nem em outro", referindo-se a Lula e a Bolsonaro, o que abre margem para uma candidatura de centro viável.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada no início do mês, a reprovação de Bolsonaro subiu a 51%, maior índice entre os 13 levantamentos feitos pelo instituto desde que o presidente assumiu o governo, em janeiro de 2019.
O levantamento também mostrou o cenário eleitoral para 2022, com Lula ampliando a vantagem que já tinha sobre Bolsonaro, com o primeiro possuindo 58% e o segundo 31% das intenções de voto em um segundo turno.
Analisando o cenário, Araújo afirmou que, entre mirar em Lula ou em Bolsonaro para cavar um nome de centro no segundo turno, "a maior visibilidade está em ocupar a vaga" do atual presidente. "Se isso acontecer, acho que esse candidato tende a ser o próximo presidente", afirmou.
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