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Moraes prorroga inquérito que apura se Bolsonaro interferiu na PF

Reunião do governo em abril de 2020, que culminou na saída de Sergio Moro - Marcos Corrêa / PR
Reunião do governo em abril de 2020, que culminou na saída de Sergio Moro Imagem: Marcos Corrêa / PR

Rafael Neves

Do UOL, em Brasília

20/07/2021 17h57Atualizada em 20/07/2021 19h18

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), prorrogou por mais 90 dias o inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro interferiu na Polícia Federal. A investigação, que corre desde abril do ano passado, foi aberta após o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro deixar o governo, alegando pressões indevidas do presidente sobre o comando da corporação.

Aberto a pedido da PGR (Procuradoria-geral da República), o inquérito já havia sido adiado outras vezes. Um dos impasses no caso é sobre a forma como Bolsonaro será ouvido pela PF. O órgão tenta tomar o depoimento desde junho do ano passado, mas não se sabe se o presidente terá que depor presencialmente ou por escrito.

A decisão sobre a forma do depoimento de Bolsonaro caberá ao STF. O julgamento do caso está marcado para o dia 29 de setembro. A PGR também quer que Bolsonaro seja ouvido em outro inquérito, que apura se o presidente prevaricou ao receber denúncias sobre a compra da vacina Covaxin. A maneira como ele prestará esclarecimentos nesse caso também é incerta.

Ao deixar o governo, em abril do ano passado, Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na PF e ter acesso a investigações sigilosas da corporação. Moro declarou, ainda, que não autorizou o uso de sua assinatura eletrônica que apareceu no decreto de exoneração do então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, no Diário Oficial da União. Desde o início, Bolsonaro tem negado as acusações.