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Senador diz que nota das Forças Armadas confirma pressão por voto impresso

Do UOL, em São Paulo

23/07/2021 08h58Atualizada em 23/07/2021 11h20

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) afirmou hoje que a nota divulgada ontem pelas Forças Armadas confirma a pressão do Ministério da Defesa pelo voto impresso, proposta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A declaração foi dada ao UOL News.

"É um fato de extrema gravidade no Brasil. São dois momentos graves: a crise sanitária, com violação do direito da vida humana, e uma crise política com ataques sistemáticos a instituições e Poderes constituídos", disse. "Quando você vê as Forças Armadas, criada para defender a pátria, sem função de interferir no processo eleitoral ou na forma de apuração, é muito grave. É pressão sim".

Para o senador Contarato, a nota não nega a tentativa de interferência das Forças Armadas e do Ministério da Defesa no processo eleitoral. Ele ainda defendeu que o Senado dê uma resposta "para esclarecer isso de forma transparente".

Ontem, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, negou que tenha feito ameaças ao Congresso e condicionado a realização das eleições de 2022 à aprovação do voto impresso auditável, como publicou o jornal Estado de S.Paulo.

Segundo o jornal, o ministro transmitiu a mensagem ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por meio de um interlocutor, que não teve o nome revelado. Na entrada do ministério da Defesa, ontem pela manhã, Braga Netto , sem parar para falar com os jornalistas, declarou que se tratava de "invenção e mentira".

De acordo com a publicação, Braga Netto deu o aviso no dia 8 de julho e pediu para comunicar a quem interessasse que não haveria eleições em 2022 sem voto impresso, sendo que no momento da fala estava acompanhado dos chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Ainda de acordo com a reportagem, Lira considerou o recado como uma ameaça de golpe e procurou Bolsonaro para uma conversa na qual, segundo relatos, respondeu que não embarcaria em rupturas institucionais e não admitiria golpes.