Esquerda tem chance real de encerrar hegemonia tucana em SP, diz Boulos
O coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Guilherme Boulos (PSOL), afirmou que as eleições de 2022 podem trazer uma oportunidade para que partidos da esquerda possam retirar a hegemonia do PSDB no governo do estado de São Paulo.
Em entrevista ao UOL News Manhã, Boulos, que é pré-candidato ao governo de São Paulo, disse que a forte rejeição ao atual governador João Doria (PSDB) e o racha interno no partido criam um cenário inédito para as eleições no estado.
A rejeição ao Doria é muito alta, e, pela primeira vez, os tucanos deverão estar divididos. Devemos ter o Doria e, possivelmente, o [ex-governador Geraldo] Alckmin, que vem do mesmo ninho, para disputar a eleição. Isso abre uma oportunidade real para que a esquerda, o campo progressista, ganhe, pela primeira vez, o estado de São Paulo.
Guilherme Boulos, em entrevista ao UOL News Manhã
Segundo Boulos, para derrotar o PSDB, que governa o estado de São Paulo há 26 anos, é preciso unidade entre os partidos de oposição. O pesolista disse estar dialogando com outros partidos da esquerda e centro-esquerda —como PT, PCdoB, PDT, PSB e Rede— na tentativa de construir uma candidatura com apoio.
No entanto, ao ser questionado se abriria mão de sua candidatura para apoiar Fernando Haddad (PT), Boulos afirmou que essa possibilidade ainda não foi colocada.
"Estamos construindo uma candidatura, eu tenho trabalhado pela unidade, espero que a gente consiga viabilizar essa unidade porque é ela quem vai nos dar melhores condições de derrotar tanto o bolsonarismo em São Paulo quanto o tucanistão. Não faço isso por projeto próprio", declarou.
Votos antiesquerda
Também questionado sobre como conquistar votos das pessoas que são contra a esquerda, Boulos fez uma divisão desses eleitores em dois grupos: os que são bolsonaristas e os que já votaram na esquerda, mas votaram em Jair Bolsonaro (sem partido) nas últimas eleições
Segundo Boulos, é possível conquistar votos nesse segundo grupo, que tem algum tipo de empatia pelas bandeiras da esquerda, mas ficaram ressentidas por causa dos erros cometidos durante os anos de governo do PT.
"Com essa parcela é preciso dialogar, mas sem apontar o dedo e dizer que errou [ao votar em Bolsonaro]", afirmou..
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