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Aliado de Pazuello nega que tenha organizado voo da Saúde com Luis Miranda

Airton Soligo, conhecido como Airton Cascavel, na CPI da Covid - Pedro França/Pedro França/Agência Senado
Airton Soligo, conhecido como Airton Cascavel, na CPI da Covid Imagem: Pedro França/Pedro França/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

05/08/2021 17h20Atualizada em 05/08/2021 17h20

Homem de confiança do ex-ministro Eduardo Pazuello, o empresário e ex-deputado Airton Soligo, conhecido como "Airton Cascavel", negou hoje na CPI da Covid que tenha organizado voo para comitiva do Ministério da Saúde com o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), então aliado do governo Jair Bolsonaro (sem partido).

Cascavel foi questionado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que exibiu mensagens de WhatsApp do ex-ministro Eduardo Pazuello, indicando a aliados que procurem Cascavel para checar disponibilidade num voo que iria de Brasília até São Paulo.

"Quem cuida da organização de voos é o cerimonial. Como eu estava em Manaus, não em Brasília, minha vaga ficou [livre]", justificou Cascavel. Segundo ele, a intenção da mensagem de Pazuello era que confirmassem a disponibilidade do assento.

Cascavel também negou que tenha acompanhado qualquer diálogo entre o ex-ministro e Luis Miranda, no voo de volta à Brasília, quando ele embarcou com a comitiva do Ministério da Saúde.

"Se esse diálogo ocorreu na ida, eu não estava no voo. Se ele ocorreu na volta —eu vi a foto do voo —eu estava no meio do avião, ele [Luis Miranda] lá no começo, eu não presenciei".

Em depoimento à Polícia Federal, o deputado Luis Miranda afirmou que Pazuello lhe contou que estava sendo pressionado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O parlamentar prestou depoimento à PF na semana passada, no inquérito que apura se Bolsonaro cometeu prevaricação em relação às denúncias de irregularidades na aquisição das vacinas Covaxin.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.