'Votos são auditáveis', diz inventor da urna eletrônica
Em meio a ataques e tentativas de descrédito das urnas eletrônicas, promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o inventor do sistema defendeu a segurança do sistema. Carlos Prudêncio, desembargador aposentado, garantiu que ele é confiável e lembrou que o voto "já é auditável".
Para o magistrado, a mudança do sistema com possível inclusão do voto impresso seria "retroceder no tempo".
"No meu entender, as críticas de Bolsonaro são desnecessárias porque o sistema está aí para mostrar que é o mais confiável que existe no mundo", disse, em entrevista à revista Veja.
As urnas eletrônicas foram inventadas por Prudêncio quando ele ocupava o cargo de juiz eleitoral. No pleito para presidente de 1989, o equipamento foi testado na cidade de Brusque, em Santa Catarina. Em 1996 foi usado em todo o país. Desde então, nunca houve fraude comprovada nas eleições brasileiras.
Zerésima
Prudêncio explicou que, antes do início das atividades de cada seção eleitoral, é impressa a zerésima — uma garantia de que aquela urna não possui votos já computados. Ele também ressaltou que todos os partidos políticos podem designar um fiscal para acompanhar o processo.
"No momento em que chega à seção daquele fiscal, se o partido tiver dúvida, ele vai pegar o boletim de urna para conferir o arquivo que está saindo do computador. O Bolsonaro tem que saber que [os votos] já são auditáveis", afirma.
Acusações do presidente Jair Bolsonaro
O presidente tem defendido a implantação do "voto auditável", ou impresso, como prerrogativa para que as eleições de 2022 sejam confiáveis. Isso porque, desde que foi eleito, Bolsonaro afirma que houve fraudes em 2018 e que ele teria vencido o pleito em primeiro turno, e não em segundo.
Recentemente, ele passou a afirmar, também, que houve irregularidades em 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disputou e ganhou contra Aécio Neves (PSDB).
Além disso, Bolsonaro tem atacado o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luis Roberto Barroso, e o acusado de querer fraudar as eleições.
Recentemente, ele realizou uma transmissão ao vivo na qual reciclou mentiras para atacar a confiabilidade do voto eletrônico e não apresentou as provas prometidas para as denúncias. No fim, o presidente da República acabou admitindo não possuir tais provas.
Invasão hacker
Bolsonaro voltou a atacar o sistema eleitoral brasileiro na manhã de hoje e, sem provas, acusou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de cometer crime de obstrução de justiça e apagar registros da invasão hacker ao sistema da corte em 2018.
"Toda vez que alguém entra no computador deixa rastros, chama-se log. Então, tudo que esse hacker fez de abril a novembro de 2018, ele deixou suas pegadas no log. E tão logo começou o inquérito da Polícia Federal, o que o TSE fez? Ele simplesmente apagou os logs", disse o mandatário, em entrevista à rádio 93 - FM Gospel.
Em nota divulgada nesta madrugada, o TSE afirmou que, apesar da invasão do hacker, não houve risco à integridade das eleições realizadas em 2018.
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