Percebemos que Bolsonaro tenta implantar um regime militar, diz senadora
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) disse hoje, em entrevista ao UOL News, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenta provocar uma ruptura entre os três poderes do Brasil — Executivo, Legislativo e Judiciário — para implantar um novo regime militar sob o comando dele.
Segundo a parlamentar, que está presente na CPI da Covid mesmo não fazendo parte do colegiado, está clara a tentativa de golpe do presidente em razão dos ataques que ele vem proferindo contra o sistema de votação brasileiro e por subir o tom contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e o também ministro da Corte e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso.
A senadora ainda destacou que o atual mandatário também ataca os membros oposicionistas da CPI e usa, muitas vezes, palavras "chulas" para se referir aos senadores.
"Eu aprendi na minha vida que a gente não pode subestimar nem para o bem, nem para o mal. Porque, infelizmente, a gente não sabe o que passa na cabeça da pessoa. E o presidente da República tem demonstrado claramente o não respeito à democracia brasileira, de não respeito pelas instituições, e a gente percebe uma tentativa de fazer uma ruptura, implantar um regime militar no Brasil", declarou.
Para a senadora, desde que o presidente assumiu o cargo, em 2019, ele "avança em relação a essa tentativa" de implantar um regime militar, mas ela pondera que acredita "na atuação e na força das instituições para impedir que um golpe seja implantado no Brasil".
Esperamos mais do PGR
Eliziane também comentou o encontro entre Luiz Fux, presidente do STF, com o Procurador-geral da República, Augusto Aras, marcado para hoje, às 12h. A parlamentar disse que o diálogo entre todos os poderes é importante e declarou esperar mais do empenho de Aras em seu trabalho frente à PGR.
"A gente [os poderes] precisa mostrar unidade. Neste momento, o que a gente precisa dizer para o Brasil é: 'Não tem espaço para golpe'. Nós estamos aqui fechados no sentido da garantia da democracia. Então, esses encontros de fato são muito importantes. É claro que a gente espera um pouco mais do procurador-geral da República no sentido de ter ações mais firmes. De não admitir atos de corrupção em qualquer escala."
A parlamentar ainda disse entender que o PGR precisa atuar com equilíbrio, mas seu posicionamento não pode ser de passividade.
"Eu acho que existe um limite entre a questão do equilíbrio, mas também passividade não dá. Não dá para você deixar a coisa rolar e acontecer à vontade. Ele [Aras] precisa ter esse equilíbrio", finalizou a senadora.
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