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Cassada, Flordelis se defende: 'Não devo pagar pelos erros de ninguém'

Do UOL, em São Paulo

11/08/2021 18h05Atualizada em 11/08/2021 19h21

Agora cassada, a ex-deputada federal Flordelis (PSD-RJ) reafirmou hoje sua inocência no plenário da Câmara dos Deputados, argumentando que não deveria "pagar pelos erros de ninguém". Ela também pediu que fosse julgada pelo povo, e não pelos deputados, e disse que toda sua família estava sendo criminalizada por sua causa.

A perda do mandato de Flordelis foi aprovada por 437 votos a 7. Com isso, a ex-deputada também ficará inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

"Que eu seja julgada pelo povo, retirada daqui pelo mesmo povo que me colocou aqui nesse lugar", declarou Flordelis, antes da votação. "Eu não posso e não devo pagar pelos erros de ninguém."

Caso eu saia daqui hoje, saio de cabeça erguida porque sei que sou inocente. Todos saberão que sou inocente, a minha inocência será provada e vou continuar lutando para garantir a minha liberdade, a liberdade dos meus filhos e da minha família, que está sendo injustiçada.
Flordelis, no plenário da Câmara

A ex-deputada afirmou ainda que os demais parlamentares não conhecem a íntegra do processo e que sua defesa vai comprovar que a suposta carta que lhe foi atribuída — em que pedia que o filho assumisse a culpa pelo assassinato de Anderson do Carmo — não é de sua autoria.

"Muitos dos senhores e senhoras não conhecem meu processo porque não leram. É justo sem conhecer, sem ler, que me julguem sem saber a verdade?, questionou. "Quando o Tribunal do Júri [do Rio de Janeiro] me absolver, vocês vão se arrepender de ter cassado uma pessoa que não foi julgada".

Flordelis é acusada pelo MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Niterói (RJ). Atualmente, ela é ré por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.

Defesa fala em "perseguição"

Também no plenário da Câmara, o advogado Rodrigo Faucz, que integra a equipe da defesa da ex-deputada, afirmou que ela é vítima de perseguição e que sua história foi "massacrada e reconstruída pelo prisma daqueles que são seus inimigos". Ele também disse que sua cliente é alvo de discriminação racial e social.

"O caso aqui hoje é uma mistura de perversidade histórica do nosso sistema, temperado com misoginia e machismo estrutural. A presunção de inocência deve ser para todos", defendeu.

Já o advogado Jader Marques disse ter certeza de que Flordelis será inocentada pelo Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, acrescentando que a ex-deputada era vítima de violência psicológica promovida pelo pastor Anderson do Carmo.

"[Ele] Era um estuprador, abusador de criança, isso será provado", acusou.

(Com Agência Câmara)