Pacheco diz que não vai pautar voto impresso e que assunto está resolvido
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse hoje que o assunto do voto impresso está resolvido e não vai ser analisado pelos senadores. Pacheco vinha sendo questionado a respeito de uma outra PEC (Proposta de Emenda à Constituição) semelhante que está no Senado desde 2015.
"Considero que esse pronunciamento da Câmara a respeito desse tema torna definitiva e resolvida esta questão, não cabendo ao Senado qualquer tipo de deliberação ou de tramitação de uma matéria com o mesmo objeto", disse o senador.
Ontem, a Câmara dos Deputados rejeitou a PEC 135/19 que, entre outras coisas, propunha a adoção do voto impresso nas eleições. Foram 229 votos a favor e 218 contrários, mas eram necessários 308 votos favoráveis para que o projeto fosse aceito.
Pacheco aproveitou para mais uma vez explicitar sua confiança na Justiça Eleitoral, que vem sendo alvo de ataques e notícias falsas por defensores do voto impresso.
"Eu quero reiterar a minha confiança na Justiça Eleitoral brasileira que possa se desincumbir dos caminhos da eleição de 2022 com o máximo de lisura sem qualquer tipo de fato que possa ser apontado em relação a fraude ou qualquer coisa que o valha."
Rodrigo Pacheco
Bolsonaro cita sem provas 'medo de retaliação'
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que a rejeição à proposta da PEC do voto impresso na Câmara foi reflexo de chantagem e medo de deputados sofrerem retaliações. Com a derrota da proposta que era defendida pelo governo, Bolsonaro reforçou seu discurso de questionamento à lisura das eleições, sem apresentar qualquer indício ou prova.
Sem apresentar provas, Bolsonaro falou em "chantagem" contra quem rejeitou a proposta e não era de "partido de esquerda" e medo de retaliações para quem não votou. Ele ainda repetiu o discurso de que o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, teria agido dentro do Congresso para barrar a PEC.
"Quero agradecer à metade do parlamento que votou de forma favorável ao voto impresso, parte da outra metade que votou contra, que entendo que votou chantageada. Uma outra parte que absteve, não todos, mas alguns lá não votaram por medo de retaliação", disse, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília.
No placar oficial, a votação teve apenas uma abstenção, a de Aécio Neves (PSDB-MG). Porém, Bolsonaro se referia à parte dos mais de 60 deputados que não apresentaram voto na sessão. Alguns deles reclamaram de problema com o sistema remoto da Câmara, o que não teria permitido que votassem. Essas ausências não tiveram interferência no resultado final, uma vez que o número mínimo de 308 deputados não seria atingido.
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