Rogério Carvalho diz que CPI tem 'material vasto' para incriminar Bolsonaro
O senador Rogério Carvalho (PT-SE), suplente da CPI da Covid no Senado, afirmou hoje ao UOL News que a comissão tem um "material vasto" para incriminar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A CPI decidiu que vai sugerir o indiciamento do presidente por crimes como curandeirismo, charlatanismo, de epidemia e de publicidade enganosa.
"O que nós temos de material que pode levar à incriminação do presidente da República é muito vasto. O presidente adotou duas medidas de controle sanitário. Uma foi a expansão do contágio, onde ele adotou de forma intencional, propositiva e reiterada, que foi expor a população ao contágio, quando vetou o uso de máscara, tentou de alguma forma impedir que estados adotassem medidas restritivas, quando propôs aglomeração e defendeu que as pessoas se contaminaram para adquirir imunidade coletiva naturalmente. Então, ele praticou e estimulou o contágio e produziu um efeito que alguns cientistas chamam de 'efeito Bolsonaro'", avaliou o senador.
De acordo com Carvalho, onde o Bolsonaro teve um eleitorado 10% maior que Fernando Haddad (PT) nas eleições de 2018, houve 10% a 11% mais mortes por covid-19 do que as regiões nas quais o candidato petista venceu no pleito. "O efeito Bolsonaro e essa medida sanitária adotada por ele é uma medida que colocou em risco a população", disse.
A segunda medida de controle sanitário adotada por Bolsonaro durante a pandemia, falou Carvalho, foi o tratamento precoce.
"Com drogas sabidamente não eficazes nem contra o coronavírus nem no tratamento da covid, ele propagou, prescreveu, divulgou, desinformou a população. Portanto, crime de charlatanismo e curandeirismo. Ele fez uma comunicação enganosa, como agora está definido na nova lei de defesa do Estado Democrático de Direito. Ele agiu com essas duas medidas e levou o Brasil a essa catástrofe sanitária, com 560 mil mortos."
A decisão de sugerir o indiciamento de Bolsonaro veio hoje após uma discussão entre o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL). Ao todo, os crimes poderão resultar em uma pena máxima de 18 anos de prisão.
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