Bolsonaro defende divulgação de inquérito sigiloso: 'Todo mundo já copiou'
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu hoje as postagens que fez nas redes sociais em que divulgou dados sigilosos de um inquérito da Polícia Federal. Para Bolsonaro, as informações contidas na investigação interessam "a todos nós", e apagá-las agora, como determinou o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), não surtiria efeito, uma vez que "todo mundo já copiou".
O inquérito sigiloso divulgado por Bolsonaro diz respeito a um ataque hacker sofrido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2018. O objetivo era tentar corroborar sua tese de que houve fraude nas eleições de 2018 — o que não é possível provar pelos documentos compartilhados.
"O que nós queremos é agilidade, rapidez. Com todas essas informações que estão na minha página na internet, e Vossa Excelência Alexandre de Moraes mandou retirar agora... O pessoal já copiou, todo mundo já copiou. Eu tenho cópias aqui. Segredo de Justiça? O que estavam fazendo, não deixando esse inquérito ir para frente, é um crime contra a democracia", acusou o presidente durante sua live semanal.
O inquérito interessa para todos nós. Se interessa para todos nós, tem que ser público. Ia ficar escondido até quando, se eu não falo? Ia ficar escondido até quando esse inquérito lá dentro?
Jair Bolsonaro, em live de 12/08
As postagens citadas por Bolsonaro foram feitas no último dia 4. Nelas, há links para acessar o inquérito sigiloso, um relatório do TSE e o ofício da denúncia de suposta fraude. Veja abaixo:
Decisão de Moraes
Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes aceitou a notícia-crime enviada pelo TSE contra o presidente Jair Bolsonaro pela divulgação de dados sigilosos de um inquérito da Polícia Federal. Com a decisão, Bolsonaro virou mais uma vez alvo de investigação no âmbito do inquérito das fake news — ele já é objeto de quatro inquéritos no STF e de ao menos outros quatro no TSE.
Moraes também atendeu ao pedido do TSE para investigar o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) e o delegado da PF, Vitor Neves Feitosa, que era o responsável pelo inquérito que foi divulgado por Bolsonaro nas redes sociais. Segundo determinado pelo ministro, ambos devem ser ouvidos em no máximo dez dias.
Ele também enviou um ofício para Facebook, Twitter e Telegram para que os posts com os dados sigilosos sejam excluídos.
Levando em consideração que a divulgação de dados de inquérito da Polícia Federal pelo presidente da República, através de perfis verificados nas redes sociais, teria o objetivo de expandir a narrativa fraudulenta que se estabelece contra o processo eleitoral brasileiro, com objetivo de tumultuá-lo, dificultá-lo, frustrá-lo ou impedi-lo, revela-se imprescindível a adoção de medidas que elucidem os fatos investigados.
Alexandre de Moraes, ministro do STF
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