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Próximo embate será tão bom quanto o de hoje, diz Barros sobre reconvocação

Ricardo Barros, líder do governo, diz que seu próximo depoimento na CPI da Covid "será um embate tão bom quanto o de hoje" - Agência Senado
Ricardo Barros, líder do governo, diz que seu próximo depoimento na CPI da Covid "será um embate tão bom quanto o de hoje" Imagem: Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

12/08/2021 16h45Atualizada em 12/08/2021 18h02

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse que seu próximo depoimento na CPI da Covid "será um embate tão bom quanto o de hoje". Após bate-boca entre depoente e senadores, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), decidiu encerrar a sessão e reconvocar Barros.

Tenho imunidade parlamentar. Vou dar minha opinião sobre a CPI a hora que eu quiser. Eles acham que vão me colocar numa cadeira, repetir uma narrativa sem consistência e eu vou assisti-los? Se querem me convidar, saiba que é para um embate tão bom quanto o de hoje."
Ricardo Barros em coletiva após a CPI da Covid

Barros diz que não pretende recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para conseguir o direito de ficar em silêncio em seu próximo depoimento na CPI. Para o líder do governo, "é uma questão de tempo" até que os senadores desistam da narrativa de que há corrupção no governo Jair Bolsonaro (sem partido), por falta de provas.

"Eles estão iludidos de que acharam alguém que vai comprometer o governo. Eu tenho 32 anos de vida pública, não sou eu que vou comprometer o governo", afirmou Barros. "A narrativa da CPI está perdendo força, a cada pessoa que vem ser ouvida, os argumentos vão se deteriorando".

Para a cúpula da CPI, o líder do governo mentiu ao longo do depoimento. Senadores independentes e da oposição se irritaram quando Barros acusou a comissão de afastar do Brasil empresas que vendem vacinas contra o novo coronavírus.

Na avaliação de Aziz, Barros "quer usar a CPI, o mecanismo de investigação, para se defender, não para falar a verdade".

Em entrevista à GloboNews, o presidente da CPI voltou a criticar Barros. "Ele não pode dizer que a CPI está atrapalhando porque sabe que o governo que ele representa recebeu, em agosto do ano passado, um documento da Pfizer oferecendo vacina. A OMS (Organização Mundial da Saúde) convidou o Brasil para um consórcio. A CoronaVac, que também foi atacada pelo presidente da República, ofereceu".

O mundo sabe que o presidente da República nunca quis comprar vacina. Então essa retórica não vai colar. Já estou avisando para ele se preparar porque vai ter que se justificar. Como ex-ministro da Saúde defender imunização de rebanho, como ex-ministro da Saúde dizer que não toma vacina?
Presidente da CPI, Omar Aziz, critica líder do governo

Na condição de convocado, o líder do governo não poderá optar por faltar à Comissão Parlamentar de Inquérito, ao contrário de quando há um convite. A data e o horário do novo depoimento ficam a critério da CPI.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.