Tomás Covas vai se filiar ao PSDB e diz querer levar legado do pai adiante
Tomás Covas, filho do ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas, disse, em entrevista à revista Veja, que vai se filiar ao PSDB e, futuramente, quer entrar na política para "levar adiante o legado" do bisavó, o ex-governador paulista Mario Covas, e do pai, que morreu em maio deste ano em decorrência de um câncer.
"Na família, a gente brinca que o sobrenome dá um empurrão, mas é como ser filho de cantor: só ajuda até o lançamento do primeiro CD. Depois, tem de trilhar o próprio caminho. Eu já comecei a trabalhar por uma causa justa: convencer os vereadores de São Paulo a batizar o Vale do Anhangabaú, revitalizado na gestão de meu pai, com o nome dele, Bruno Covas. Prometo honrar sua memória", disse o adolescente.
Na última segunda-feira (9), dia em que completou 16 anos, Tomás anunciou, ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que iria começar a trabalhar como estagiário no Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista. "Devo passar três meses acompanhando o serviço público de perto, olhando tudo", detalhou.
Ele conta que "cresceu no meio político", sempre acompanhando o pai. "Durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, aos 11 anos, passei dias no Congresso Nacional, vendo as articulações. Em uma das reuniões da bancada do PSDB, resolveram perguntar àquela criança se queria falar alguma coisa, e aí eu, claro, peguei o microfone, cutucando os adultos: 'Afinal, vocês vão ou não vão apoiar esse negócio?' No dia seguinte, apareci na primeira página dos jornais nos ombros de meu pai."
Tomás disse que o pai era seu melhor amigo e relembrou o dia em que ele lhe contou que estava com câncer e a forma como encarava a doença. "Meu pai tinha a certeza de que ia conseguir vencer a doença. Falava dela com leveza, otimismo, até fazia piada. Jamais se entregou, e sou testemunha disso."
O jovem também chamou de "covarde" o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por ter se referido ao pai como "o outro que morreu" ao criticar Covas por ter ido ao estádio Maracanã na final da Copa Libertadores.
O presidente é um covarde que não sabe o que a palavra amor quer dizer. Meu pai sabia que ir àquele jogo teria um custo político alto, mas estava muito doente e quis ter esse momento com o filho. Em outras circunstâncias, acho que nem iria ao estádio. Tomás Covas
O jovem disse ainda que se sentiu "um pouco culpado" pelo ocorrido.
"O combinado era assistirmos à partida em um camarote do Maracanã, mas insisti para ficarmos nas cadeiras mais próximas ao campo. Foi ali que fizeram o vídeo que viralizou. Apesar da derrota do Santos, nosso time do coração, foi um dos dias mais marcantes da minha vida, eterno na minha memória. Que bom que dividimos, eu e ele, aqueles minutos."
Tomás disse ter perdido as esperanças de que o pai resistiria à doença quando soube que ele seria sedado. "Corri para o hospital e o encontrei dormindo na cama. Fiquei com ele até o último instante, segurando sua mão. Eu me despedi dizendo que ele tinha cumprido sua missão, de ajudar as pessoas, e foi e sempre será um exemplo para mim."
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