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Prisão é mantida e Flordelis é transferida para presídio feminino em Bangu

11.ago.2021 - A deputada federal Flordelis (PSD-RJ), durante sessão na Câmara que analisa sua cassação - Cleia Viana/Câmara dos Deputados
11.ago.2021 - A deputada federal Flordelis (PSD-RJ), durante sessão na Câmara que analisa sua cassação Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Carolina Marins*

Do UOL, em São Paulo

14/08/2021 15h04Atualizada em 14/08/2021 17h20

A ex-deputada federal Flordelis teve sua prisão preventiva mantida em audiência de custódia na tarde de hoje na Casa de Custódia de Benfica, no Rio de Janeiro, e será transferida para presídio feminino. Flordelis foi presa ontem em Niterói, apenas 48 horas depois de perder o foro privilegiado.

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, a ex-deputada ingressou no Presídio José Frederico Marques, em Benfica, ontem à noite, mas foi transferida hoje para o Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu.

Flordelis é acusada pelo MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019. Na quarta-feira (11), ela teve sua cassação aprovada na Câmara dos Deputados por 437 votos e 7, por quebra de decoro parlamentar.

Ontem, a ex-parlamentar fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais para pedir uma corrente de orações após ter sua prisão decretada pelo TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro). A decisão foi tomada pela juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, que acatou o pedido do Ministério Público (MP).

Façam uma corrente de oração a meu favor. Tenham convicção de que eu não cometi crime algum. Eu sou inocente. Haja o que houver, aconteça o que acontecer. Ainda que me levem para uma prisão, lá na prisão eu serei adoradora [de Deus]. Para quê, eu ainda não sei. Mas ele [Deus] está me levando para lá [prisão].
Flordelis, ex-deputada federal

Flordelis responderá por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Também responderá por tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. A sentença de pronúncia é de maio deste ano. Mais dez réus, a maioria da família, também respondem pelo assassinato de Anderson do Carmo.

Na decisão, a magistrada destaca que Flordelis foi pronunciada por todos os delitos imputados a ela pelo Ministério Público e que, a partir das provas já apresentadas, há indícios suficientes quanto à autoria dos graves crimes cometidos.

Em nota, a defesa da ex-deputada disse não haver requisito idôneo para a prisão. "A defesa da Pastora Flordelis, representada pelos advogados Rodrigo Faucz, Jader Marques e Janira Rocha, lamenta a decisão de decretação da prisão. Conforme já havia sido antecipado pela defesa em diversas oportunidades, não há qualquer requisito idôneo para prender Flordelis antes de seu julgamento. A prisão é totalmente desnecessária, ilegal e abusiva."

"Tendo em vista a suspeição da magistrada e as diversas nulidades ocorridas no processo, a defesa acredita que, em breve, a situação será completamente revertida", continua.

"Finalmente, a defesa informa que impetrou HC ao STJ antes mesmo da prisão, diante da certeza da que seria decretada, por tudo o que consta na Arguição de Suspeição em trâmite no TJRJ. De qualquer maneira, Flordelis continuará lutando para provar a sua inocência, assim como confia no Poder Judiciário como garantidor do devido processo legal, com respeito a plenitude de defesa e contraditório."

*Com Agência Brasil