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Pacheco diz que impeachment de ministros do STF 'não é recomendável'

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) diz que análise de pedidos de impeachment contra ministros e presidente não é "recomendável" para o Brasil - Marcos Brandão/Senado Federal
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) diz que análise de pedidos de impeachment contra ministros e presidente não é "recomendável" para o Brasil Imagem: Marcos Brandão/Senado Federal

Do UOL, em São Paulo

17/08/2021 18h58Atualizada em 17/08/2021 19h09

O presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG) disse hoje que não é "recomendável" para o Brasil prosseguir com pedidos de impeachment dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) ou do próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Já há pedidos de impeachment de ministros do Supremo no âmbito do Senado. A presidência [do Senado] entendeu que não havia ambiente e nem justa causa para o encaminhamento e a evolução desses pedidos."
Rodrigo Pacheco em entrevista à GloboNews

"Entendemos justamente isso: precipitarmos numa discussão de impeachment seja do Supremo, seja do presidente da República, ou qualquer tipo de ruptura, não é algo recomendável para um Brasil, que espera uma retomada do crescimento, uma pacificação geral, uma pauta de desenvolvimento econômico, de combate à miséria e à pobreza, ao desemprego".

Segundo Pacheco, as pautas seriam prejudicadas em meio a processos de impeachment e o "esgarçamento das instituições".

No último sábado, Bolsonaro afirmou que levaria pedidos de impeachment contra os ministros Alexandre de Moraes, do STF, e Luís Roberto Barroso, do TSE, ao Senado.

A ação de Bolsonaro contra os dois aconteceu após a prisão do aliado Roberto Jefferson, líder nacional do PTB —ontem, sem citar o presidente, Pacheco escreveu nas redes sociais que o Congresso "não permitirá retrocessos".

Centrão tenta dissuadir Bolsonaro

Líderes de partidos que integram o chamado Centrão têm tentado convencer Bolsonaro a evitar um novo atrito com o STF. A interlocução do governo com parlamentares tem se dado por meio dos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo), representantes políticos no Palácio do Planalto.

Na avaliação de um dos líderes que estão articulando o convencimento de Bolsonaro, "o país precisa pacificar". Ele lembrou que a irritação presidencial se dá em cima das decisões dos ministros e não de alguma acusação grave alheia ao mandato, como um possível ato de corrupção.

Apesar dos esforços, Bolsonaro reafirmou hoje que pedirá ao Senado Federal que abra um processo de impeachment contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal). Em entrevista à Rádio Capital Notícia (MT), ele foi mais enfático nas críticas a Moraes, afirmando que ele tem feito "barbaridades", e disse que o "povo que tem que dar o norte" do que deve ser feito.

Na contramão da cúpula do centrão, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho mais velho do presidente, tenta articular nos bastidores um apoio na própria base aliada ao possível evento de entrega dos documentos a Pacheco e conta com o apoio do colega bolsonarista Marcos Rogério (DEM-RO), defensor ferrenho do governo na CPI da Covid.

Outro congressista filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) endossou ainda no sábado a declaração do pai e afirmou que Barroso e Moraes implantam uma ditadura por meio de decisões judiciais arbitrárias.